Cidades

Tiroteio em quadra residencial assusta moradores de Ceilândia

Populares informaram que dois homens começaram a atirar, de dentro de um carro. PCDF afirma que suspeitos dispararam contra uma casa da QNN 3

Sarah Peres - Especial para o Correio, Caroline Cintra
postado em 15/03/2019 13:08
Tiroteio aconteceu QNN 3 e policiais militares procuram culpados
Um tiroteio assustou moradores do Conjunto F da QNN 3, em Ceilândia, no início da tarde desta sexta-feira (15/3). Uma dupla teria disparado contra uma casa para aterrorizar uma família. Após a ação, eles colocaram fogo no carro usado no crime, deixando-o em frente à residência. Ninguém se feriu. Os suspeitos fugiram em um segundo veículo que dava apoio aos homens. Este automóvel foi perseguido pela Polícia Militar até a QNN 5, onde o grupo conseguiu despistar a equipe da viatura. Até a mais recente atualização desta matéria, os criminosos não haviam sido identificados ou presos.
Segundo o delegado Antônio Dimitrov, chefe da 15; Delegacia de Polícia (Ceilândia Sul), os homens realizaram o tiroteio deduzindo que integrantes da família que mora na casa atingida cometeram uma tentativa de homicídio contra um traficante e comparsa do grupo, identificado como Lucas Pereira de Sousa, 19, conhecido como Maizena. Este crime aconteceu na noite de quinta-feira (14).
"Na noite anterior (14), o jovem estava em frente à casa dele quando três mulheres passaram. Ele chamou as jovens, que foram conversar com ele. Poucos minutos depois, passou um carro e atirou inúmeras vezes. Nenhum dos disparos pegou no alvo, que era o Lucas. Contudo, as meninas foram atingidas e um morador de rua morreu. Nenhum dos feridos eram os alvos", afirma Dimitrov.
Os criminosos fugiram após os homicídios tentados e consumado. De acordo com delegado, não há indícios que envolvam a família que teve a casa atingida pelos tiros com este caso de quinta-feira (14).
"O que levou esse grupo o acreditar no envolvimento deles é que, em fevereiro deste ano, o Maizena teria assassinado um integrante desta família. Por isso, os suspeitos acharam que se tratava de uma possível vingança. Os disparos realizados contra a casa foram com o objetivo de aterrorizar essas pessoas (que moram lá)", salienta o delegado. Apesar de a investigação indicar a motivação para este tiroteio, os autores não foram identificados.
Maizena é suspeito de matar com três tiros Lucas dos Santos Guimarães, 23, que morava com a família na casa que foi alvo dos disparos desta sexta-feira (15). O acusado teria recebido auxílio de outros criminosos, mas a polícia não chegou ao número exato de envolvidos e nem na identidade dessas pessoas. Não foi divulgada a motivação deste assassinato.
Inicialmente, o caso desta sexta-feira (15) foi tratado como possível briga entre gangues. Os primeiros relatos foram de que os homens atiraram contra pontos de venda de drogas da quadra, bateram o carro e fugiram em um segundo veículo que acompanhava a ação. Após irem embora, outras pessoas teriam colocado fogo no primeiro automóvel. Após apuração, a investigação da 15; DP descartou essas versões.

Alvo é detido

O jovem alvo da tentativa de homicídio na quinta-feira (14) socorreu os atingidos pelos disparos até o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Maizena acompanhou o atendimento das adolescentes, de 16 e 17 anos, e da jovem de 18. Uma delas chegou a levar cerca de seis tiros, mas sobreviveu. Nenhuma corre risco de morte. O homem em situação de rua faleceu na hora, com um disparo. Ele ainda não foi identificado.
No hospital, Lucas foi detido por policiais militares de plantão, por ter mandado de busca e apreensão expedido.

Insegurança

Moradores da QNN 3, que não quiseram se identificar, afirmaram que a região era tranquila, mas nos últimos tempos está ficando muito perigosa. Contaram ainda que, depois de quinta-feira (14/3), quando houve um homicídio em uma quadra próxima, passaram a temer o que ainda pode acontecer.
Um homem que mora em frente ao local onde o carro foi queimado contou que só ouviu os tiros, no entanto, não viu para onde os criminosos dispararam e nem quantas pessoas havia no carro. "Quando ouvi o tiro corri para dentro de casa. Nessas horas a gente tem que se afastar. Não é mesmo?", disse o idoso.

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