Cidades

Corpo de universitária é encontrado no Lago Paranoá; suspeito é preso

Ela era moradora do Paranoá e, segundo amigos, era estudante universitária. A polícia prendeu um suspeito, também de 19 anos e morador da Asa Norte, e aguarda resultado da perícia para ter certeza da causa da morte

Sarah Peres - Especial para o Correio, Gabriela Sales - Especial para o Correio
postado em 01/04/2019 17:23
Bombeiros resgataram o corpo na tarde desta segunda-feira
O corpo de uma universitária de 19 anos foi encontrado no Lago Paranoá na tarde desta segunda-feira (1;/4). Natália Ribeiro dos Santos Costa estava desaparecida desde as 18h de domingo (31/3), quando participou de uma festa às margens do Lago. Amigos espalharam pelas redes sociais mensagens pedindo que quem tivesse informações sobre a jovem entrasse em contato. Ela morava no Paranoá e, segundo amigos, era estudante universitária.
Ainda não se sabe o motivo da morte. Amigos da jovem disseram inicialmente que ela não sabia nadar, mas a mãe informou depois que ela sabia. A polícia não descarta a hipótese de assassinato. Apenas o laudo da necrópsia, feito pelo Instituto de Medicina Legal (IML), poderá indicar a causa do óbito, em um prazo de 30 dias. A Polícia Civil, no entanto, deteve um suspeito - última pessoa a ser vista com Natália antes do desaparecimento - e o ouviu em depoimento na tarde desta segunda-feira (1;/4). Ele é morador da Asa Norte, também tem 19 anos e foi liberado ainda nesta noite.
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De acordo com os investigadores, o homem está com uma marca de mordida no braço, o que reforçou a tese de homicídio. Ele se apresentou na 6; DP (Paranoá), onde a família havia registrado a ocorrência de desaparecimento. Lá, afirmou ter namorada e negou envolvimento com a vítima. O rapaz e a família dele não quiseram dar declarações à imprensa.
Consta no primeiro depoimento do rapaz que Natália se aproximou dele em determinado momento durante a festa de domingo e perguntou se estava tudo bem, e os dois caminharam até um parquinho infantil, a cerca de 30m de onde o restante do grupo estava.
Segundo o suspeito, a universitária o elogiou e ele disse ter namorada. Alegou ainda que ela perguntou o que a companheira dele acharia da aproximação e deu uma mordida no braço dele, na altura do antebraço. O jovem afirmou ter ficado surpreso e perguntou o motivo da mordida. ;Para causar ciúmes;, respondeu a garota, de acordo com ele.
Ainda segundo o depoimento dele, Natália o convidou para ir até as margens do lago, mas ele se recusou e a perdeu de vista. Depois, chegou a ir até o espelho d;água, mas não a viu mais. O jovem relatou que as amigas da menina acionaram um segurança para ajudar a procurá-la e ele foi embora em um carro de aplicativo com a namorada e outros amigos.
Em vídeo gravado por câmeras de segurança do Grupamento dos Fuzileiros Navais, no entanto, os dois aparecem dentro do lago e ele sai de lá antes dela.
Da DP no Paranoá, o suspeito foi encaminhado à 5; Delegacia de Polícia (Área Central), que assumiu a investigação depois de o corpo ser encontrado. O delegado responsável pelo caso não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.

Em choque

Duas embarcações com 10 bombeiros se deslocaram até o Lago Paranoá para fazer o resgate do corpo. Os militares receberam o chamado de uma pessoa, que avistou o corpo boiando próximo ao Clube Almirante Alexandrino e à Capitania Fluvial de Brasília, por volta das 14h30.
Amigos da universitária ficaram em choque com a notícia da morte. Uma amiga que pediu para não ter o nome divulgado disse que estava com ela na mesma festa. ;Eu não vi direito. A única coisa que lembro foi ela se distanciando um pouco para ficar com o menino. Depois, eu não a vi mais. Achamos estranho, porque ela sempre avisava onde e com quem iria e nunca deixava de dar notícias;, relata a amiga.

Thales Caldeira, 27 anos, motorista de aplicativo, conheceu a jovem durante uma das corridas e tornou-se amigo dela. ;A Natalia era muito tranquila, saímos juntos na sexta-feira (29/3) e o próximo encontro estava marcado para domingo (7/4). Estou chocado com a notícia;, ressalta.
Nas redes sociais, várias pessoas prestaram homenagem a Natalia, que usava o apelido Natally. Ela também atuava como modelo e tinha mais de 45 mil seguidores no Instagram.
A colega da estudante de letras Marianna dos Santos, 19, relembra que Natalia era uma menina sorridente e amorosa com a família e as amigas. ;Ela transmitia felicidade, era cheia de luz. Eu a conheci pelo Instagram, pois a achava muito fotogênica. Interagíamos pelas redes sociais;, conta.

Outro caso

Em 15 de fevereiro, bombeiros resgataram o corpo de uma mulher no Lago Paranoá. A vítima foi identificada como Adriana de Mendonça Silva, 35 anos. O cadáver estava na prainha do Lago Norte ; também conhecida como Piscinão. A Polícia Civil também ficou responsável pela investigação do caso e determinar como Adriana morreu.

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