Cidades

Defesa de Natália Costa não consegue acesso ao vídeo da morte dela

PCDF entregou o inquérito policial à advogada da família, mas não liberou imagens. Ela pediu apuração na Corregedoria sobre a conduta tomada pela investigação e afirma ter dificuldades na delegacia

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 09/04/2019 18:55
Natália Costa foi encontrada morta no Lago Paranoá em 1º de abril
A advogada contratada pela família da universitária Natália Costa obteve, esta semana, acesso aos documentos do inquérito policial sobre a morte da jovem no Lago Paranoá. Juliana Porcaro afirma, no entanto, que a Polícia Civil não liberou o acesso às imagens que mostram os últimos momento da vítima com vida, no fim da tarde de 31 de março. A 5; Delegacia de Polícia (Área Central) investiga o caso.


Segundo a advogada Juliana Porcaro, o inquérito policial do caso foi entregue sem a portaria assinada, sem autuação, faltando depoimentos completos ou parte deles, além de não ter sido assinado pelo delegado responsável pela investigação. "O delegado me entregou os documentos no inquérito na segunda-feira (8/4), com as folhas soltas e sem sequer alguma numeração", afirma. Ela pegou os materiais com o delegado Alexandre Godinho, adjunto da 5;DP.

A representante da família de Natália também não teve acesso ao vídeo das câmeras de segurança do Grupamento de Fuzileiros Navais, que gravou o momento em que a universitária morre. O Correio divulgou o .
A advogada Juliana Porcaro protocolou um documento na Corregedoria da Polícia Civil, pedindo apuração sobre a conduta da investigação da 5ª DP

No fim da tarde desta terça-feira (9/4), Juliana Porcaro protocolou, na Corregedoria da Polícia Civil, um pedido para a apuração sobre as dificuldades de acesso às informações na 5;DP e quanto à conduta do delegado-chefe Gleyson, que ficou responsável pela investigação inicial do caso.
;A entrega incompleta do Inquérito Policial à esta Advogada, além de caracterizar ofensa às suas prerrogativas, mostra, no mínimo, má vontade para com a família da vítima e, numa extensão maior, provável direcionamento do IP para que caracterize ;simples afogamento;;, escreveu a advogada no texto enviado à corregedoria.
"Se, diante dos fortes indícios (dois depoimentos em razão de mentiras no primeiro), o delegado responsável não requereu a prisão preventiva do mesmo, e o suspeito fugir, restará nova apuração a ser feita por esta Corregedoria", continua o documento.
A reportagem contatou a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom), que respondeu, por nota, que a Corregedoria "recebeu o documento no final da tarde de hoje e que ele será avaliado." Procurado, o delegado Gleyson informou que está de férias desde segunda-feira (8/4) e ainda não foi notificado sobre o documento protocolado pela advogada Porcaro.
O delegado disse ainda que o vídeo que mostraa o momento em que Natália morreu está em perícia no Instituto de Criminalística e que nem a defesa do suspeito, como a da família da vítima, tiveram acesso ao material.

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