Mariana Machado
postado em 29/04/2019 18:53
"Nosso sonho é simples. A gente só quer colocar as meninas no carrinho de bebê e ir passear." O desejo é da servidora do Ministério da Saúde Camilla Vieira Neves, 25 anos, mãe das gêmeas Mel e Lis, que, após nascerem unidas pela cabeça, passaram por uma cirurgia de separação no último sábado, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar. Camilla e o marido, o supervisor comercial Rodrigo Aragão, 30 anos, deram um depoimento emocionado nesta segunda-feira, na sede do hospital.[SAIBAMAIS]Ela recordou o susto ao saber da condição das filhas, ainda durante a gestação. "Não foi fácil. Foi uma notícia devastadora. Perceber que seus filhos serão siameses é raro. Choramos muito. Pensamos que não iria para a frente", revelou, antes de emendar que buscou força na fé. ;Sou muito católica. Entreguei para Deus e pedi que me enviasse anjos para me ajudar. Foi quando surgiram o doutor Benício (Oton, cirurgião responsável pela operação) e toda a equipe médica;, falou.
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Emoção e choro
Ainda bastante emocionado, Rodrigo, ao lado da esposa, disse que não conteve o choro ao ver as filhas separadas pela primeira vez. "A gente estava no quarto recebendo notícias e esperando, e resolvemos descansar um pouco. Acordamos com as pessoas dizendo que a cirurgia tinha acabado e fomos vê-las. A primeira a sair foi a Mel. Depois veio a Lis. Foi superemocionante. Comecei a chorar", disse.O casal sabe que as batalhas ainda não acabaram. As meninas continuam no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital da Criança, onde respiram por aparelhos. Parte do procedimento inclui deixá-las em coma induzido, o que é normal, como garantem os médicos. Aos poucos, a sedação é diminuída. Na tarde desta segunda-feira, Lis acordou. Os próximos passos, apesar de desafiadores, não intimidam o casal. "Elas nasceram na família certa", resume a mãe.
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