Cidades

'Ele agiu na calada, intencionado a matar', afirma irmão de Jéssyka Laynara

O depoimento foi dado durante o julgamento do ex-PM Ronan Menezes Rego, que ocorre nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri de Ceilândia

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 29/04/2019 19:59
Julgamento ocorre no Fórum de Ceilândia
O julgamento do ex-policial militar Ronan Menezes Rego, 28 anos, já dura quase 10 horas. Ele é acusado, pelo Ministério Público, do feminicídio da ex-noiva Jéssyka Laynara, 25, da tentativa de homicídio do professor de educação física Pedro Henrique da Silva Torres, 29, e da ameaça contra Marcus Yuri, irmão de Jéssyka.

;Ele invadiu a nossa casa, com uma chave que ninguém sabia que ele (Ronan) tinha. Foi tudo na calada, de forma sorrateira. Ele entrou, se posicionou no corredor onde era o quarto da Jessyka e chamou por ela. Ninguém podia fazer nada, ela foi encurralada;, afirmou Marcus Yuri à Justiça.

Apesar das tentativas da defesa em comprovar que o ex-PM entrou após pedir permissão a algum morador, a tese não foi confirmada por nenhuma testemunha - acusação ou defesa.

De acordo com o depoimento do irmão da vítima, que estava em casa quando Jéssyka foi assassinada, Ronan chegou ;decidido em sua intenção de matar;.

Luís Claudio, primo de Jéssyka disse conhecer Ronan desde novo, antes mesmo de ele se relacionar com Jéssyka. ;Ele sempre foi um moleque folgado e mimado. Com uma arma na cintura, ele conseguiu o que queria (poder);, afirmou. ;Só percebemos como o relacionamento era violento quando houve a briga por causa da carona com o Dener (de Moraes Pessoa). Ele a xingou de tudo quanto é nome", acrescentou.

O episódio citado pelo primo ocorreu em 14 de abril de 2017, quando a vítima esteve na casa de Dener, amigo da família de Jéssyka. Ele também foi intimado para depor como testemunha de acusação.

;Naquele dia, eu cheguei em casa após minha aula de natação. A Jéssyka estava com minha mãe, elas tinham se encontrado para fazer tapioca. Como já era mais de 22h, minha mãe me pediu para levá-la em casa. Perto de lá, o Ronan nos seguiu e fechou meu carro. Nos ameaçou de morte com a arma de fogo dele e, depois, me deixou ir. Mas foi atrás da Jéssyka e a agrediu na porta de casa;, contou Dener.

A versão foi confirmada por familiares, que descreveram que a jovem foi humilhada verbalmente e teve o rosto empurrado contra a grade. As agressões só pararam quando a avó e o primo de Jéssyka ameacaram acionar a polícia.

As testemunhas de defesa de Ronan iniciaram o depoimento pela noite. Já falaram dois amigos antigos do acusado, dois sargentos do GTOP que trabalharam com ele, além de uma ex-namorada e o pai do ex-PM. 18 testemunhas foram ouvidas (10 da acusação e 8 da defesa).

Plenário lotado


O plenário do Tribunal do Júri de Ceilândia . Amigos, familiares e estudantes de direito se reúnem na expectativa de assistir à condenação ou absolvição de Ronan. O corpo de sete jurados sorteados é composto por cinco mulheres e dois homens.

Os momentos que mais emocionaram os presentes no plenário foram os depoimentos da avó e mãe de Jéssyka.

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