Cidades

Barbeiro que matou namorada no Itapoã é denunciado por feminicídio

Maria dos Santos Gaudêncio foi encontrada morta em casa, pela própria filha. Em mensagem por WhatsApp, o assassino disse ao patrão que havia ganhado na loteria e estava de mudança

Sarah Peres
postado em 18/05/2019 12:10
Antonio Alves Pereira e Maria dos Santos Gaudêncio estavam juntos há cerca de um anoO Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) aceitou a denúncia de feminicídio contra o barbeiro Antônio Alves Pereira, 44 anos. Ele é acusado de assassinar a namorada, Maria dos Santos Gaudêncio, 52, em 19 de março deste ano. O corpo da mulher foi encontrado pela filha dela, na casa onde moravam, localizada no Setor de Chácaras Fazendinha, no Itapoã.
Antônio responderá por homicídio triplamente qualificado, pois o crime foi praticado em contexto de violência doméstica, caracterizando-se o feminicídio; pela motivação fútil; e, por último, pelo assassinato ter sido cometido por meio cruel.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, o barbeiro e a vítima se envolveram em uma discussão. Então, Antônio agrediu Maria batendo a cabeça dela na parede até que ela desmaiasse. Sem que ela tivesse qualquer chance de defesa, ele pegou um pedaço de pau e golpeou-a na nuca. Em seguida, esfaqueou-a.

Após o ato bárbaro, o homem trancou a vítima no quarto e, ao sair da casa, fechou o portão com o cadeado. Antônio morava no salão onde trabalhava, mas, naquele dia, havia deixado a chave do estabelecimento com o dono. Antônio juntou todos os pertences dele para fugir da capital federal.
Para justificar a mudança, o assassino mandou uma mensagem pelo WhatsApp para o dono do salão. No texto, ele afirmou ter ganhado na loteria e, por isso, ia embora. "Vou ficar aqui por perto mesmo, não vou para longe. Vou ficar aqui em Goiás", afirmou o homem. Na mesma mensagem o assassino escreveu que teria doado suas roupas à mendigos e dado a máquina de lavar roupas.
A Polícia Civil do Maranhão fez a entrega do preso aos investigadores do DF

Agentes da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), responsáveis pela investigação do caso, , em 25 de março, seis dias após o crime. , conforme determinação judicial. Ele aguardará o julgamento do Tribunal do Júri do Paranoá atrás das grades. Ainda não há data marcada para a primeira audiência do caso.

Prevenção à violência doméstica

Especialistas em prevenção à violência doméstica irão realizar uma mesa-redonda para trocar informações sobre políticas públicas contra este crime. Autoridades do sistema de justiça brasileiro e da Austrália realizam, na próxima quarta-feira (22/5), no Supremo Tribunal Federal (STF), o evento "Diálogos Brasil-Austrália: prevenção à violência doméstica".

O objetivo do debate é aperfeiçoar a política pública de combate à violência doméstica e familiar no Brasil. Para isso, especialistas da Austrália vão compartilhar informações de projetos de combate a este tipo de crime colocados em prática no maior país da Oceania. Também são foco nestas ações mulheres em situações mais vulneráveis, como as indígenas e as imigrantes.

O projeto é realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Embaixada da Austrália no Brasil. Entre os participantes estão a comissária para Discriminação Sexual da Austrália, Kate Jenkins; o ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); a conselheira Daldice Santana, supervisora da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do CNJ; o promotor de Justiça Thiago Pierobom, do MPDFT; e a socióloga Ana Paula Antunes Martins, da Universidade de Brasília (UnB).

Serviço:
Local: Supremo Tribunal Federal (Sala de Sessões da 1; Turma)
Dia: 22/05/2019
Horário: das 9h às 11h

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