Após a professora de português Debora Tereza Correa, 43 anos, ter sido a 13; vítima de feminicídio no Distrito Federal, servidores da Secretaria de Educação (SEDF) realizam um ato contra a violência. A vítima foi assassinada a tiros na sede da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, na 511 Norte, onde ocorre a manifestação. O crime aconteceu na manhã de segunda-feira (21/5), quando o ex-namorado da mulher Sergio Murilo dos Santos, 51, entrou armado no local. Ele matou Debora e, em seguida, tirou a própria vida.
Conforme apuração do Correio, Debora e Sergio se relacionaram em 2017. Amigos da vítima relataram que a professora decidiu colocar um fim no namoro após descobrir que o acusado era casado. O homem não aceitou a decisão da mulher e, durante dois anos, perseguiu-a e ameaçou-a. A professora chegou a realizar dois boletins de ocorrência contra o policial civil: em 2017, por injúria, ameaça e dano material, na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam); em agosto passado, uma discussão entre o casal terminou na 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho), onde Sergio trabalhava.
Debora recebeu medidas protetivas da Justiça. Em setembro, ela acionou a polícia depois que Sergio Murilo descumpriu as regras e a procurou. O agente chegou a ser condenado em primeira instância no Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Sobradinho. No entanto, ele recorreu e conseguiu ser absolvido.
Debora, presente!
No ato em defesa da vida, colegas de trabalho de Deborah repetiram a frase "Debora, presente". Cerca de 70 pessoas se reuniram em frente ao prédio da regional de ensino onde a vítima trabalhava e foi assassinada. Eles criticaram o fato de apenas os servidores que trabalhavam com a vítima, no 3; andar, terem sido liberados. "É desumano servidores que presenciaram um ato tão cruel não terem recebido um dia de luto. Como se cobra que alguém, que trabalhou com a Debora, que esteve presente, tenha que vir trabalhar no dia posterior? Onde está o valor da vida?", questionou Vilmara Pereira do Carmo, coordenadora da secretaria de mulheres do Sindicato dos Professores (Sinpro).
Toda a manifestação é marcada pela indignação e pelo choro. Mulheres seguraram, durante a cerimônia, cartazes com palavras de luta como "Pela vida das mulheres resistiremos"; "Chega de feminicídio"; e "O patriarcado fez mais uma vítima".
W3 interditada
Às 9h22, os manifestantes fecharam as vias da W3 Sul, com gritos de ordem: "parem de nos matar"; "chega de feminicídio"; "vidas sim, armas não"; e "Debora, presente".