Walder Galvão
postado em 03/06/2019 12:39
Após ter liberdade concedida pela Justiça, a mãe das quatro crianças espancadas em Planaltina de Goiás visitou os filhos. Ela estava presa preventivamente por tráfico de drogas desde fevereiro. A decisão saiu na sexta-feira (31/5), quando a juíza de direito Lea Martins Sales Ciarlini converteu a prisão dela em domiciliar. No sábado (1;/6), ela foi ao abrigo e ao hospital onde as crianças estão internadas. Umas das filhas, de 7 anos, não resistiu às agressões e morreu na quarta-feira (29/5).
Os filhos, de 1 e 9 anos, estão em um abrigo de Planaltina de Goiás. De acordo com o Conselho Tutelar, a mãe garantiu às crianças que iria se recuperar para tirá-las do lugar. Quando foi presa, a mulher e o marido estavam em situação de rua e foram encontrados com porções de crack e maconha, em Sobradinho.
A outra filha, de 3 anos, está internada no Hospital da Criança de Brasília. A garota chegou à unidade de saúde com duas fraturas no braço. Ela precisou passar por cirurgia para corrigir o problema. Além disso, ela apresentou forte anemia e passou por transfusão de sangue.
A menina também precisou ser sedada e passar por uma limpeza de pele, porque os ferimentos dela estavam infestados de larvas. Apesar das enfermidades, ela está estável, mas ainda não tem previsão de alta.
O Conselho Tutelar ainda não sabe se as crianças serão entregues à mãe. A aproximação delas está sendo feita mediante ao órgão em parceria com o poder judiciário.
Escoltados
Os pais das crianças compareceram ao velório da filha de 7 anos escoltados pela Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), da Subsecretaria do Sistema Penitenciário Do Distrito Federal (Sesipe). A cerimônia de despedida começou por volta das 12h e eles permaneceram menos de 15 minutos no lugar. Fortemente armados, os agentes pediram para que os presentes se afastassem e ninguém pôde conversar com o casal.
Entenda o caso
Depois da prisão dos pais, as três meninas de 1, 3 e 7 anos e o menino de 9 passaram a morar com a tia, de 17 anos, e o namorado dela, de 19, em um barraco na periferia de Planaltina de Goiás. Durante quatro meses, o casal agredia constantemente os pequenos. Na quarta, a menina de 3 anos, com fome e trancada em casa, pediu comida a um vizinho.
A ação irritou a tia, que começou as agressões. Um vizinhou denunciou a situação à polícia, mas quando as autoridades chegaram ao local, uma das vítimas estava morta. Dois dias após o crime, os moradores, revoltados, incendiaram o terreno onde a família morava.