Cidades

PCGO investiga vaquinha para custear o enterro de criança morta pelos tios

Polícia de Planaltina de Goiás apura o caso como possível estelionato. Autores da publicação são investigados, mas ainda não foram identificados

Sarah Peres, Walder Galvão
postado em 03/06/2019 20:57
A menina de 7 anos não resistiu aos ferimentos e morreu. O enterro dela aconteceu no sábado (1º/6)
A polícia civil goiana investiga uma suposta vaquinha para custear o velório da criança de 7 anos morta espancada pelos tios, em Planaltina de Goiás. Após o crime, uma publicação nas redes sociais, pedindo dinheiro para pagar a cerimônia, ganhou força. Na postagem, há dados bancários de duas pessoas. Entretanto, a Prefeitura do município arcou com as despesas do enterro da menina, realizado no sábado (1;/6), em Planaltina;DF.

Para o delegado Cristiomário Medeiros, da Delegacia de Planaltina de Goiás, trata-se de estelionato. ;Pedimos aos bancos que nos passem informações das contas divulgadas. Em seguida, vamos interrogar essas pessoas. Caso não sejam familiares e o dinheiro tiver tido outro fim, elas serão indiciadas por estelionato e podem cumprir pena de até cinco anos, caso condenadas;, explica.

Maus-tratos e assassinato

O caso aconteceu na tarde do dia 29 de maio, na casa onde a família morava, no Bairro Aeroporto, em Planaltina de Goiás, distante cerca 48km de Brasília. As quatro vítimas, de 1, 7, 3 e 9 anos, eram vítimas de maus-tratos pela tia de 17 anos e pelo namorado dela, um jovem de 19. As crianças sofreram as agressões por estarem presas e conseguirem sair para pedir comida a um vizinho.
Por conta da brutalidade dos tios, a menina de 7 não resistiu e faleceu. A Polícia Civil do município goiano chegou na residência e conseguiu deter os dois envolvidos. O Conselho Tutelar e socorristas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) acompanharam toda a ação.
Durante coleta de depoimentos na delegacia, os envolvidos confessaram toda a ação. O homem acabou indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e tortura qualificada. Caso seja condenado, pode pegar até 30 anos de prisão. Já a tia das vítimas responderá por ato análogo aos crimes tortura qualificada e homicídio qualificado. Ela pode ficar três anos internada.
As crianças ficaram sob a custódia do casal depois que os pais foram presos por tráfico de drogas. Depois do assassinato da menina de 7 anos, os sobreviventes foram levados para o hospital. A garota de 3 anos precisou ficar internada devido a uma anemia profunda. A caçula de 1 ano e o irmão, de 9, estão sob a tutela do Estado, em um abrigo.
Ainda nesta segunda-feira (3/5), a mãe das quatro crianças teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, conforme decisão da juíza de direito Lea Martins Sales Ciarlini. No sábado (1;/6), a mulher foi escoltada pela polícia até o enterro da filha e, posteriormente, seguiu para o hospital e ao abrigo.

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