Segundo o delegado Wisllei Salomão, as estelionatárias captavam possíveis vítimas por meio de grupos de vendas de ingressos pelo Facebook. "Quando a pessoa informava que tinha interesse em adquirir a entrada, a jovem de 26 anos informava as contas bancárias para onde o dinheiro poderia ser depositado. Em seguida, o cliente recebia um e-mail de confirmação de compra, com um número de voucher para retirada de ingresso no site oficial. Contudo, a sequência numérica é falsa", explica o chefe da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf).
Ainda conforme a investigação, o comprador não era atraído por valores abaixo dos anunciados no site oficial ou pelas empresas credenciadas. "Inclusive, alguns dos ingressos saíam mais caros. A grande questão é a comodidade, como por exemplo, não ter de se cadastrar em sites", acrescenta Wisllei Salomão. Cada ingresso saía R$ 140 até R$ 500.
Embora os dados bancários fossem oriundos do Distrito Federal, as vítimas não desconfiavam. Uma das contas seria do servidor público investigado. Entretanto, agentes ainda não conseguiram comprovar se o homem recebeu valores do golpe. "A conta é citada às vítimas, mas nenhuma fez o depósito nela. Por isso é importante que as pessoas lesadas procurem a polícia", acrescenta o delegado.
Investigação
Agentes da Corf chegaram até o grupo após uma denúncia. Durante a manhã desta terça-feira (18), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Ceilândia, no Setor Habitacional Sol Nascente, no Riacho Fundo e no Gama. O material coletado será analisado pelos investigadores, que não descartam a atuação de outras pessoas no golpe. Se comprovado o esquema, o trio poderá responder por estelionato e organização criminosa.
Contudo, algumas vítimas começaram a realizar relatos da ações nos grupos de venda. Elas percebiam o golpe no momento de entrar com o número do voucher na aba do site oficial para a retira da entrada para um dos jogos. Uma pessoa chegou a adquirir nove ingressos.