Cidades

Hospital da Criança é autorizado a fazer transplantes de medula óssea

O hospital começou a treinar uma equipe há cerca de três anos. Na unidade serão realizados os transplantes autólogos, nos quais a medula provém do próprio paciente

Mariana Machado
postado em 02/08/2019 16:17
Portaria publicada no Diário Oficial da União habilita hospital a realizar transplantes de medula ósseaO Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) está habilitado a realizar transplantes de medula óssea autólogos, graças à Portaria n; 911, de 30 de julho de 2019, publicada nesta sexta-feira (2/8) no Diário Oficial da União, pelo Ministério da Saúde. O procedimento não é cirúrgico e pode ser usado no tratamento de leucemia; tumores sólidos, como neuroblastoma e imunodeficiência congênita.

No transplante autólogo, a medula provém do próprio paciente, que é retirada e exposta a quimioterapia, para que só restem nela células saudáveis. Depois desse processo, ela é reinserida no organismo, com um procedimento semelhante a uma transfusão de sangue.

Há cerca de três anos, o HCB ; que até agora só acompanhava pacientes que haviam feito o transplante em outros locais ; passou a encaminhar médicos e demais profissionais para treinamento em grandes centros, como São Paulo, Ribeirão Preto e Curitiba. A diretora técnica do hospital, Isis Magalhães, acredita que, ainda já neste semestre, será possível dar início à terapia.

"Pelo menos três crianças em tratamento aqui vão precisar da terapia. Nos próximos meses, elas terão que fazer", diz. "Agora precisamos acertar detalhes finais. Ainda estamos com programas de treinamento e temos um grupo de enfermagem retornando em breve. É uma equipe muito grande", completa.

Bons exemplos

O HCB já deu exemplo de competência em procedimentos complexos. No ano passado, as gêmeas Mel e Lis conquistaram Brasília. As meninas siamesas nasceram unidas pela cabeça e a cirurgia que as separou foi inédita no Distrito Federal.
Depois de mais de um ano de preparação e 20 horas de cirurgia, as bebês de 11 meses foram separadas. Ao menos 12 médicos acompanharam as meninas desde o início. Uma equipe de especialistas em siameses dos Estados Unidos, um deles com 24 casos no currículo, também foi acionada para ajudar.
Em junho deste ano, novamente o hospital surpreendeu quando operou com sucesso um menino de 1 ano e 11 meses. O objetivo da cirurgia foi resolver uma malformação da bexiga e da uretra do paciente. O menino tinha a parede abdominal aberta, deixando os dois órgãos, que se desenvolveram unidos, expostos. A novidade no tratamento foi o uso da Técnica de Kelley, usada pela primeira vez em Brasília.

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