Jornal Correio Braziliense

Cidades

MPDFT denuncia suspeitos de integrar esquema na Secretaria de Transportes

Cinco pessoas são acusadas de usar empresas de fachada para ocultar e dissimular a origem de bens, camuflar fraudes e movimentar recursos de origem ilícita, em 2011

Cinco pessoas suspeitas de estarem envolvidas em um esquema de cobrança de propina na Secretaria de Transporte foram denunciadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nesta terça-feira (6/8). José Geraldo Oliveira de Melo, Júlio Luís Urnau, Irones Lopes Bispo, Jesus da Silva Feitosa e Edson Fernandes são suspeitos de cometer crime de lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, eles usaram empresas de fachada para ocultar e dissimular a origem de bens, camuflar fraudes e movimentar recursos provenientes de um esquema de corrupção investigado em 2011. Cabe à Justiça a decisão de receber ou não a denúncia.

À época, os dois primeiros eram funcionários públicos e haviam sido condenados no âmbito da Operação Regin, deflagrada em outubro daquele ano, para investigar licitações no governo José Roberto Arruda, quando Alberto Fraga assumiu o cargo de secretário de Transportes. Para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPDFT, Irones, Jesus e Edson, teriam atuado como "testas de ferro" e emprestado os nomes para a compra de itens como carros de luxo usados por José Geraldo e Júlio. Os bens eram incompatíveis aos ganhos legais referentes aos cargos públicos ocupados por ambos.

Em 2018, Alberto Fraga foi condenado, no âmbito da Operação Regin, a mais de quatro anos de prisão pelo crime de concussão ; exigência, para si ou outra pessoa, direta ou indiretamente, vantagem indevida em função de cargo ocupado. Em fevereiro, ele foi condenado pelo mesmo crime, no mesmo processo. Em 2013, o político foi condenado por posse ilegal de arma de fogo, mas foi absolvido em fevereiro.

O Correio tenta contato com as defesas dos denunciados.

Operação Regin


A investigação, deflagrada pela Polícia Civil, apurou ilegalidades envolvendo um esquema de cobrança sistemática de propina por integrantes da Secretaria de Transportes durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda. A apuração comprovou que os envolvidos, em virtude dos cargos ocupados, exigiam vantagem financeira indevida de representantes de cooperativas de transporte para garantir a assinatura de contratos, a execução dos serviços e a alteração de itinerários.

O então secretário de Transportes, Alberto Fraga, e outros funcionários públicos exigiram e receberam dinheiro dos representantes das empresas para assinar os contratos ou assumir linhas rentáveis. O objeto do esquema era um lote de micro-ônibus licitados em 2007.

Com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)