Isa Stacciarini
postado em 21/08/2019 20:06
Um aluno de 14 anos foi esfaqueado no fim do dia em frente ao Centro Educacional 7 de Ceilândia (CED 7), uma das escolas militarizadas. O jovem tinha saído do colégio e estava indo para casa. O agressor, de 15, passou por ele e deu um golpe de canivete na barriga da vítima. O paciente foi socorrido por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
Até a última atualização desta reportagem, não havia informação sobre o estado de saúde da vítima, mas um dos policiais que prestou o socorro informou que não era grave. O adolescente suspeito foi conduzido a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA II).
Segundo a Polícia Militar, testemunhas contaram que os dois estudavam em uma outra escola e o jovem de 15 anos teria depressão. De acordo com a corporação, a provável causa da agressão seria uma retaliação a vários ataques que o autor recebia da vítima enquanto eles estudavam juntos.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou o caso e detalhou que os dois envolvidos são alunos da escola. Disse, ainda, que os policiais militares da gestão compartilhada da escola perceberam a movimentação diferente em frente à unidade e rapidamente contiveram a briga. De acordo com a pasta, o ferimento na vítima superficial.
O órgão ainda alegou que "atos de violência nos ambientes escolares não serão tolerados." Também enfatizou que a orientação da pasta é de que as equipes gestoras acionem as autoridades competentes em casos como o ocorrido. "No âmbito escolar, as penalidades variam, conforme os atos praticados, podendo ir da advertência até a suspensão e transferência de unidade."
Entenda o caso
O crime ocorre em meio a polêmica da gestão compartilhada entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança Pública. Dois dias antes, na segunda-feira (19/8), um estudante de 15 anos do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 407 de Samambaia Norte também foi atingido a golpes de faca. A instituição de ensino é uma das que fez uma consulta à comunidade sobre a presença da PM nos colégios, a comunidade rejeitou, e mesmo assim o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu implementar.
Já o CED 7 foi uma das primeiras escolas a aderir a presença da PM nos pátios e corredores do colégio. A ideia da militarização faz parte do Programa de Gestão Compartilhada. As escolas continuarão seguindo as Diretrizes Curriculares da Educação da rede pública. Professores, orientadores e coordenadores serão responsáveis pelo conteúdo pedagógico das classes.
Mas os militares ministrarão, no contraturno escolar, disciplinas relativas à cultura cívico-militar ; como ética e cidadania ;, oficinas de banda de música, musicalização, esportes e ordem unida.