Jonas Zandoná, 45 anos, foi condenado a 25 anos de prisão pelo feminicídio de Carla Grazielle Rodrigues Zandoná, 37 anos, nesta quinta-feira (22/8). Ele foi considerado culpado de jogar a mulher, com quem era casado, do terceiro andar de um prédio da 415 Sul, em 6 de agosto do ano passado. O condenado cumprirá pena em regime fechado, e a defesa não poderá recorrer da decisão.
Zandoná, que estava preso desde o crime, foi julgado pelo Tribunal do Júri de Brasília. Um corpo de sete jurados, sorteados poucos minutos antes do início do julgamento, decidiu, por maioria, pela condenação do réu com todas as qualificadoras (além de concordar que o crime teve relação com o gênero da vítima, o júri considerou que ele agiu por motivo torpe e sem dar chance de defesaa Carla).
Os depoimentos das testemunhas de acusação foram importantes para a sentença. "Conforme relatos (no Tribunal do Júri de Brasília), antes do crime, a vítima e o réu tiveram uma intensa briga. Isso demonstra que a atitude do acusado foi tomada em grande ódio", disse o juiz na deliberação. "Também ficou constatado que o réu humilhava constantemente a vítima, demonstrando grande sadismo. Ainda, a atitude dele atinge a todos os familiares da vítima, sobretudo o filho do casal, que sofre psicologicamente com o feminicídio da mãe", completou o magistrado.
Relembre o caso
O caso aconteceu na noite de 6 de agosto do ano passado. Uma testemunha, que passava pelo local, viu a queda de Graziele e interfonou no apartamento, perguntando se a mulher havia caído, mas Jonas desligou o aparelho e se trancou no imóvel. Ela foi levada ainda com vida ao Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos.
Quando a Policia Militar chegou ao local do crime, o condenado estava tracando no apartamento e não tinha descido para prestar socorro a vítima. Ele apresentava sinais de embriaguez e foi preso em flagrante.
Carla Graziele já havia denunciado duas vezes Zandoná, que chegou a ser preso com base na Lei Maria da Penha e ter uma ordem protetiva expedida contra ele. Testemunhas informaram que as brigas entre os dois eram frequentes, com agressões físicas, injúrias e ameaças recíprocas.
Outro julgamento
O Tribunal do Júri do DF julga um segundo caso de feminicídio esta quinta-feira. Stefanno Jesus Souza de Amorim, 22, é acusado de matar com cinco facadas , 30 anos. Após o crime, ele ficou foragido por três dias, mas foi capturado após uma denúncia anônima e confessou o crime.