O julgamento de Adriana Villela no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) traz à tona depoimentos detalhados à Polícia Civil do DF e de Minas Gerais da época do crime e das prisões. O mais relevante para a acusação, até o momento, é a oitiva do lavrador Neilor Teixeira da Mota, tio de Paulinho. Paulo Cardoso Santana foi condenado pelo triplo homicídio do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, de Maria Carvalho Villela, e da empregada do casal, Francisca Nascimento Silva. Neilor disse no depoimento de 2012 que Adriana havia sido a mandante do crime, segundo o delegado Renato Nunes Henriques, da polícia de Montalvânia (MG).
A defesa contestou. "É insustentável que a Adriana seja a mandante", disse o advogado Kakay. O advogado da arquitera ainda reforçou o suposto envolvimento do lavrador Neilor Teixeira. "Temos a convicção de que ele participou do crime. A defesa insistiu muito na investigação desse senhor, mas ele não foi preso", completou Kakay.
A defesa de Villela ressalta que Leonardo, já preso, nunca disse que houve mandante do crime, diferente de Neilor, que não foi acusado. O tio de Paulinho foi investigado na época, mas não houve provas suficientes de que ele havia participado do crime.
O delegado Renato, testemunha de acusação do julgamento, afirmou que não é possível comprovar a participação dele no crime. "A peça do Neilor não foi anexada ao quebra cabeças da investigação. É leviano da minha parte afirmar que ele é o autor", disse.
Mais cedo no depoimento Renato chegou a falar que Neilor estava preparado para o triplo homicídio, utilizando até mesmo uma faca bem amolada para fácil perfuração. "Geralmente, latrocínio é um roubo que deu errado, mas os acusados demonstraram intenção de matar", disse o delegado.
Renato também contestou atos da 8; Delegacia de Polícia (SIA)
, dizendo que ouviu relatos, por exemplo, de que suspeitos foram torturados pela PCDF. "Já a Corvida não usou de métodos não ortodoxos, sempre fez tudo correto", opinou.