Cidades

Moradores realizam ato contra a exploração de terreno na Octogonal 3

Residentes desejam que a área seja transformada em parque urbano. A venda do terreno de 65 mil m² foi autorizada em setembro deste ano, mas ainda não há decisão oficial do que será construído no local

Thiago Cotrim*
postado em 27/09/2019 18:46

Faixa anunciando a indagação dos moradores

Moradores da área Octogonal, Cruzeiro e Sudoeste promovem, neste domingo (29/9), a partir das 10h, uma manifestação pública contra a construção de prédios no terreno da Octogonal 3. Os residentes da região desejam que a área seja transformada em parque urbano.

Em maio de 2018, a comunidade das Octogonais, Cruzeiro e Sudoeste, reunida na Escola Classe 8 do Cruzeiro, pediu a criação do parque em audiência pública realizada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Segundo a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o Comitê Central de Avaliação (CCA) autorizou a venda do terreno em setembro deste ano, mas ainda não há decisão oficial do que será construído no local. A chamada pública para compra do terreno, avaliado em R$ 280 milhões, está programada para a segunda quinzena de outubro.

O economista Renato Botáro, 75 anos, morador da Octogonal Sul 2 desde 1997, afirma que há cerca de dez anos a comunidade congestiona, junto ao Banco Central e o Governo do Distrito Federal (GDF), para que se faça uma permuta do terreno. ;Queremos que a propriedade seja passada para a administração local e que seja criado um parque público. O objetivo quase foi concluído pelo governador Arruda, cujo mandato terminou um mês antes do que precisávamos. Existe um abaixo-assinado com cerca de 4.500 assinatura de pessoas da comunidade pleiteando isso;, explica.

Faixa do local do encontro

Ele adverte que a comunidade ficou preocupada porque o trânsito no local é saturado nos horários de pico. ;Este é um ponto de ligação de Águas Claras, Taguatinga, Guará e SIA com o Plano Piloto. Além disso, o Sudoeste cresceu além do que seria razoável e a degradação da qualidade de vida salta aos olhos. Seria uma insanidade construir-se mais uma quadra aqui;, critica.

A artista plástica Isabel Frantz, 55, moradora da Octogonal 2 desde 2001, argumenta que a construção causará um impacto brutal no microclima e no trânsito, além de congestionar a área, que é utilizada pela comunidade para atividades de lazer e esporte. ;Há vida naquele terreno.Um parque urbano poderia ampliar esses benefícios ainda mais. É preciso pensar com carinho na questão ambiental, em ações que ampliem a qualidade de vida, em vez do contrário;, frisa. O encontro contará com atividades voltadas para a crianças, pronunciamentos de moradores, troca de experiências e reuniões sobre o assunto.

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