Emilly Behnke
postado em 28/10/2019 23:45
[FOTO1]Qualquer pessoa que souber do paradeiro dos fugitivos da Justiça José Carlos Pereira de Sousa e Alessandro Guerreira Barros poderá ganhar recompensa de até R$ 10 mil, por cada um dos procurados. O incentivo a população para ajudar na captura dos fugitivos é de iniciativa da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), uma das primeiras a utilizar o recém instituído Sistema de Recompensas do Distrito Federal.
A ideia é estimular a população, garantida pelo anonimato, a contribuir com a localização e captura dos dois fugitivos, que respondem pelo crime de homicídio. José Carlos Pereira de Sousa, conhecido com Zé Galinha, é procurado há quase três anos acusado de matar três pessoas, incluindo uma adolescente grávida de 8 meses, em um bar no Paranoá.
"Desde então são três anos que as pessoa cobram a solução desse caso. O inquérito já foi concluído. Na Justiça, ele já foi pronunciado e vai a júri popular. Falta da nossa parte a prisão dele", destacou a delegada-chefe da 6; DP, Jane Klebia.
Já o foragido Alessandro Guerreira Barros é procurado pela morte do motorista de aplicativo Felype Anderson de Sousa, 22. Em abril deste ano, após uma briga de trânsito no Itapoã, Alessandro disparou quatro vezes contra o motorista. À época, ele estava em prisão domiciliar.
"São dois casos que se concluídos iriam dar uma resposta para a sociedade do Itapoã e Paranoá. Se der certo, vamos procurar outros crimes para solucionar com ajuda da população", declarou a delegada. Segundo ela, os casos escolhidos tiveram como critério a grande repercussão na comunidade, por conta da "gravidade e barbaridade".
Jane ressalta que a polícia costuma receber informações do paradeiro dos procurados, mas não são indicações precisas. Com a recompensa estabelecida ela espera receber denúncia mais fundamentadas. "A garantia de que a pessoa não vai ser identificada e o prêmio, que é alto, R$ 10 mil por cada um, com certeza vão incentivar as pessoas a nos dar informações mais precisas", disse.
A delegada chama a atenção ainda para a possibilidade de receber inicialmente denúncias falsas. Por esse motivo, ela pede cuidado por parte da população ao propor as denúncias, pois elas serão consideradas e acarretarão esforços da polícia.
As denúncias devem ser feitas pelo Disque Denúncia da Polícia Civil (PCDF), pelo telefone 197, ou por denúncia online no site da PCDF, por e-mail, carta ou pessoalmente. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal garante sigilo absoluto aos denunciantes.
Relembre
Em novembro de 2016, José Carlos Pereira de Sousa foi identificado como autor de um triplo homicídio no Paranoá. Ele atirou contra as pessoas que se encontravam em um bar na quadro 19, na tentativa de matar Wesley Vitorino, 24, que foi executado no banheiro do estabelecimento.
Clenio Carlos de Almeida, 36, dono do bar e a sua enteada, uma adolescente de 16 anos, grávida de oito meses, também foram atingidos e não resistiram aos ferimentos. José havia chegado ao local de motocicleta, mas fugiu a pé e não foi mais visto. O crime teria sido um acerto de contas, segundo a polícia.
O segundo foragido, Alessandro Guerreira Barros, 27, estava em liberdade assistida quando, após um desentendimento no trânsito, atirou contra Felype Anderson de Sousa. O procurado havia cumprido pena por tentativa de homicídio durante cinco anos no Complexo Penitenciário da Papuda e estava em regime domiciliar na data do crime.
Alessandro é casado e tem uma filha de 1 ano. A esposa de Alessandro chegou a prestar depoimento e disse não saber que o marido mantinha uma arma em casa. O foragido deverá responder na Justiça por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Caso condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Segundo a delegada Jane Klebia, os dois casos tiveram seus inquéritos concluídos. Tanto José quanto Alessandro têm prisão preventivas decretadas.
Recompensas
O Sistema de Recompensas do Distrito Federal foi instituído por decreto do governador do DF, Ibaneis Rocha, no dia 15 deste mês. A intenção é estimular a participação da comunidade e premiar com dinheiro a denúncia que for determinante na identificação e prisão de autores de crimes graves.
A definição dos valores será feita levando em conta a gravidade do delito, o valor da vantagem financeira obtida pelo criminoso e os danos materiais e imateriais causados à vítima e à administração pública. O valor, de acordo com a legislação, será entre R$ 1 mil e R$ 50 mil reais, podendo ser maior dependendo do valor dos bens e ativos recuperados pela denúncia. O custeio das recompensas virá do Fundo de Segurança Pública do Distrito Federal e do Fundo Nacional de Segurança Pública.