Cidades

Justiça concede liberdade a suspeito de chacina em acampamento cigano no DF

Dois acusados tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e o terceiro foi solto por falta de provas

Correio Braziliense
postado em 03/02/2020 15:41
Quatro pessoas morreram após o tiroteio no acampamentoDos três suspeitos presos de cometerem chacina em um acampamento cigano em Sobradinho, dois permanecerão detidos. Em audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (3/2), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decidiu converter a prisão em flagrante de dois acusados em preventiva e conceder liberdade provisória para o terceiro. Eles são investigados por um tiroteio que aconteceu sábado (1°/2) e vitimou quatro pessoas.  

De acordo com o processo, a juíza Flávia Pinheiro Brandão Oliveira destacou que os suspeitos “teriam aberto fogo no acampamento cigano, vindo a ocasionar a morte de quatro pessoas, além de terem colocado em risco todos os moradores do local, inclusive crianças”. A magistrada explicou que, no momento do tiroteio, uma das testemunhas estava com a filha no colo.  

O documento do TJDFT ainda descreve que, após os suspeitos matarem três pessoas, eles recolheram as armas e fugiram a pé e, quando estavam próximo à saída do local, atiraram contra uma quarta pessoa, que não resistiu e perdeu a vida. Em seguida, eles subtraíram o veículo da vítima e o usaram para fugir.  

A juíza também destacou que um dos suspeitos que permanecerá preso tem diversas passagens pela polícia por crimes como tentativa de homicídio e tráfico de drogas. Ele cumpria pena em regime domiciliar desde dezembro de 2018. Segundo a magistrada, o outro réu que também ficará detido, apesar de ser primário, já respondeu por posse ilegal de arma de fogo, mas teve suspensão condicional do processo. “Tudo isso conduz à inevitável conclusão de que em liberdade encontrarão estímulos à prática de novas infrações penais”, frisou.  

Em depoimento, um dos suspeitos informou que teria ido até o acampamento para um acerto de contas em relação a um veículo comprado pelo irmão dele. O automóvel teria sido vendido por moradores do acampamento cigano e seria produto de furto, segundo o acusado. Por conta disso, o comprador do carro teria sido preso por receptação.  

Em relação ao suspeito que recebeu liberdade provisória, a magistrada considerou que, apesar de uma testemunha o ter reconhecido, as demais testemunhas informaram que ele permaneceu dentro da própria residência — também no acampamento — durante o crime e que saiu apenas para levar os outros dois autuados ao hospital, porque eles estariam baleados.  

O caso 

No início da tarde de sábado, dois homens chegaram ao acampamento a pé, para negociar a compra de um GM Astra roubado. Enquanto a dupla conversava com um morador do acampamento, um cigano que se encontra hospitalizado, seis homens chegaram em um HRV Honda prata, desceram do veículo e atiraram contra os demais. 

A dupla revidou e matou três dos ocupantes do automóvel. No momento da fuga, um segundo morador do acampamento chegou em um Siena prata, mas teve o veículo roubado pelos dois homens que estavam a pé. A vítima levou um tiro no olho, além de quatro no abdômen, e morreu na hora. 

Após fugir, a dupla foi localizada em duas unidades de saúde. Um deles deu entrada no Hospital Regional de Santa Maria, recebeu alta e está detido; o outro está sob escolta policial no hospital do Gama e acabou preso em flagrante. Eles tiveram ajuda de um casal de conhecidos, que também prestou depoimento. Um deles foi preso. 

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