Exame que ajuda no diagnóstico do coronavírus está disponível em Brasília

Disponível em alguns laboratórios e hospitais, o exame reconhece várias infecções e pode descartar o diagnóstico de coronavírus em menos de duas horas

Correio Braziliense

postado em 03/02/2020 19:53

Casos suspeitos de infecção pelo coronavírus podem ser excluídos por um exame de resposta rápida disponível em alguns laboratórios e hospitais do Distrito Federal. Até a última atualização desta matéria, o Ministério da Saúde considerava 12 casos suspeito no país. 

 

De acordo com o infectologista do Hospital Santa Lúcia Werciley Júnior, esse exame, chamado FilmArray, não é capaz de detectar diretamente o coronavírus. No entanto, ele aponta — de uma só vez e em cerca de uma hora e meia — se o paciente tem uma das 20 infecções respiratórias mais comuns.

Dessa forma, caso a pessoa tenha sintomas semelhantes ao coronavírus, mas o exame aponte a presença de outro vírus, como o influenza, é possível descartar a infecção pelo micro-organismo que já matou centenas de pessoas na China. "Isso porque a chance de (o paciente) ter dois ou mais vírus é muito, muito baixa", explica o especialista.

O exame, portanto, ajuda a separar os pacientes que certamente não têm o coronavírus daqueles em que uma investigação mais aprofundada é necessária. "Se eu faço a pesquisa dos vários vírus e não identifico nenhum, então a suspeita retorna", completa Werciley. Aí, parte-se para o teste capaz de detectar o coronavírus.

Por enquanto, no Brasil, apenas três instituições fazem a análise para o coronavírus: os institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Pará, e a Fundação Osvaldo Cruz, também na capital paulista. "O exame específico para o coronavírus demora pelo menos cinco dias para sair o resultado”, diz o médico. 

Onde encontrar o exame em Brasília?

O FilmArray pode ser encontrado em mais cidades, inclusive Brasília, onde é oferecido na rede particular, nos laboratórios Exame e Sabin, no Hospital Brasília e nas unidades do Grupo Santa. De acordo com o infectologista, o exame custa de R$ 1.300 a R$ 1.800, e os planos de saúde não dão cobertura.

Para Werciley Júnior, a a maior vantagem do teste é a possibilidade de tratamento rápido e eficiente. "Hoje, se eu vou fazer um exame, leva de três a sete dias para ter o diagnóstico. Se eu faço um que é de uma hora e meia, eu consigo direcionar o tratamento imediatamente, podendo ter uma resposta positiva mais rápida e diminuir o tempo de internação", explica o médico.

A recomendação do Ministério da Saúde é que todo caso que apresente sintomas suspeitos e que a pessoa tenha tido contato com alguém que foi à China procure um médico. Em Brasília, na rede pública, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) está apto a receber pacientes que possam ter a doença. 

Os sintomas podem ser variados e vão desde infecções em vias aéreas superiores bem parecidas com um resfriado comum até casos de pneumonia ou insuficiências respiratórias agudas.

 

Entre as medidas tomadas pelo país está a reativação de um Grupo de Trabalho Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O grupo já atuou em outras situações, como a pandemia de influenza.

Nesta segunda-feira (3/2), o ministro da Saúde afirmou que vai reconhecer estado de emergência em saúde pública no país mesmo sem casos confirmados. A medida permitiu trazer os brasileiros que estão em Wuhan e deixá-los em quarentena por 18 dias. 

O governo estuda alguns locais onde internar os brasileiros que apresentem sintomas de infecção. Um deles é o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília.