Cidades

''Esperamos que a verdade apareça logo'', diz funcionária do CEF 410 Norte

Equipe pedagógica fez reunião preparatória para o início das aulas nesta sexta-feira (7/2). Segundo presentes, a morte do professor Odailton Silva não foi tema do encontro

A equipe do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 da Asa Norte tem o desafio de iniciar o ano letivo, na próxima semana, e ao mesmo tempo lidar com a comoção gerada pela morte do ex-diretor do colégio Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. 

A situação se complica porque a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não descarta a participação de funcionários da escola na morte, cuja causa foi envenenamento. Nesta sexta-feira (7/2), os investigadores afirmaram que apuram a relação do óbito com suposta corrupção no colégio. Um esquema de rachadinha foi mencionado por Odailton em um .

A orientação dada aos professores e demais profissionais é de manterem silêncio sobre o caso, mas em condição de anonimato, alguns contaram ao Correio como está o clima no colégio. "Essa é uma situação muito difícil e temos que lidar com ela com toda a comunidade escolar, que inclui pais e alunos", diz um dos trabalhadores. "Esperamos que a verdade, independentemente de qual seja, apareça logo", comenta outra funcionária.


Reunião e orações

Também nesta sexta-feira, pela manhã, educadores fizeram uma reunião com a participação de membros do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) e da Secretaria de Educação. 

Procurado pela reportagem, o Sinpro garantiu que a morte do professor não seria tema do encontro. "A pauta (da reunião) é pedagógica. O caso do professor está em investigação na Polícia Civil", disse o diretor da entidade, Samuel Fernandes. Desde a morte de Charles, a Secretaria de Educação ressalta que apenas vai se pronunciar sobre o caso após a finalização do inquérito.

Um terceiro funcionário confirmou que o teor da investigação da Polícia Civil não entrou na pauta da reunião. E, segundo uma das participantes, além de discutir vários temas, o grupo realizou orações durante o encontro. 

Morte por envenenamento

Análise de peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) confirmou que a morte de Charles ocorreu por envenenamento. Essa, agora, se consolida como a principal linha de investigação da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte).

Um exame preliminar do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) indicou a presença de um tipo de organofosforado, substância presente em inseticidas, agrotóxicos e em veneno de rato, conhecido como chumbinho. 

Charles morreu nessa terça-feira (4/2). Ele passou mal na quinta-feira (30/2) da semana passada, após beber um suco de uva oferecido por uma colega de trabalho. Troca de mensagens entre o professor e amigos mostram que ele disse que suspeitava que teria sido envenenado por uma funcionária da escola.