Cidades

Secretaria de Segurança Pública relança campanha em combate ao feminicídio

Movimento chama a atenção para o combate à violência doméstica e aos casos de feminicídio. De acordo com a SSP, 79% das mulheres mortas pelos ex-companheiros não eram amparadas pela medida protetiva

Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 15:04
Campanha #MetaaColher tem como objetivo chamar a atenção da população para os casos de feminicídiosNa semana do Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) relança a campanha #MetaaColher. Com o slogan “A melhor arma contra o Feminicídio é a colher”, o movimento tem como o principal objetivo chamar a atenção da população para o combate à violência doméstica e aos casos de feminicídios. 

A iniciativa começou no ano passado, com o apelo para que a população denuncie caso presencie alguma situação de agressão contra a mulher. De acordo com a pasta, mais de 70% dos crimes no DF acontecem dentro de casa, em contexto de violência no ambiente familiar, longe da intervenção do Estado. A maioria das vítimas não chegaram a registrar qualquer ocorrência contra o autor e 79% não eram amparadas com a medida protetiva
 
Segundo a secretaria, o sentimento de posse em relação à mulher é uma das principais justificativa dos autores. Considerando que a maioria dos casos de feminicídio começam com a violência doméstica, a pasta convida a população a repensar o papel diante dessa sistemática. “Somos parte do problema a partir do momento em que nos omitimos e ignoramos as agressões verbais, físicas e psicológicas que muitas vezes testemunhamos. O ditado ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’ introjetou um pensamento limitante ao consciente coletivo, e nosso dever, hoje, é ir contra a esse pensamento e alertar que testemunhas próximas podem ser a ponte entre a vítima e a Segurança Pública", destaca o secretário de Segurança Pública do DF, delegado Anderson Torres.  
 
A campanha #MetaaColher faz parte do cronograma de ações da SSP pelo mês da mulher que visa a promoção de atividades de conscientização e prevenção. Na manhã da última quinta-feira (5/3), a pasta também lançou a série de animações da Turma da Mônica para a promoção de conteúdo a serem discutidos dentro do ambiente escolar do Distrito Federal. A ideia é disseminar valores relacionados ao respeito, tolerância e empatia entre estudantes de 7 a 17 anos de instituições públicas. 

Estratégias de prevenção

Para atender as vítimas de violência, o Distrito Federal conta com a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).  O local funciona 24 horas por dia. Além disso, todas as delegacias circunscricionais contam com seções de atendimento à mulher.
 
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) oferece policiamento especializado para atendimento às mulheres por meio do programa de Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid). O trabalho ajuda a prevenir, inibir e interromper o ciclo da violência doméstica. 
 

PARA SABER MAIS 

Você sabe quais são os tipos de violência contra a mulher?
 
A violência contra a mulher vai muito além de agressões, estupros e assassinatos. A Lei Maria da Penha sancionada em 2006, classifica em cinco categorias os tipos de abuso cometido contra o sexo feminino, são eles: violência física, violência moral, violência sexual, violência patrimonial e violência psicológica.

Além das violências físicas mais conhecidas como as agressões, estão também enquadradas na primeira categoria ações como atirar objetos com a intenção de machucar a mulher, apertar os braços, sacudi-la e segurá-la com força.

A violência moral está atrelada ao constrangimento que o agressor pode causar a vítima como expor a vida íntima do casal para outras pessoas e o vazamento de fotos íntimas na Internet. Calúnias, difamação ou injúria também fazem parte desse tipo de violência.

Diferentemente do que muitos podem pensar, a violência sexual não se resume a forçar uma relação íntima. Obrigar a mulher a fazer atos que a causem desconforto, impedi-la de usar métodos contraceptivos, ou a abortar, também são considerados formas de opressão. Controlar os bens , guardar ou tirar dinheiro sem autorização da mesma, e causar danos de propósito em objetos são alguns exemplos de violência patrimonial.

Por fim, a violência psicológica consiste em diminuir a autoestima da mulher, sendo com humilhações, xingamentos, desvalorização moral que implicam em violência emocional. Tirar direitos de decisão e restringir liberdade também fazem parte da última categoria.
 
Fonte: Agência Patrícia Galvão

ONDE PEDIR AJUDA?

Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência — Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)

Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
» De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
» Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
» Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172

Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100

Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350
 
Fonte: SSP-DF
 

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