Cidades

Ocorrências caem no primeiro trimestre, mas assassinatos aumentam

Na terça-feira (7/4), Secretaria de Segurança Pública divulgou balanço criminal referente aos três primeiros meses de 2020. Entre os 13 tipos de ocorrências analisadas, oito apresentaram queda, mas homicídios e latrocínios subiram no período

Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 13:16
Na terça-feira (7/4), Secretaria de Segurança Pública divulgou balanço criminal referente aos três primeiros meses de 2020. Entre os 13 tipos de ocorrências analisadas, oito apresentaram queda, mas homicídios e latrocínios subiram no períodoO número de vítimas de homicídios e assassinatos no Distrito Federal subiu no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Dados divulgados na terça-feira (7/4) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) mostram que, dos 13 tipos de crimes analisados, oito tiveram queda nos índices. Entre os tipos que apresentaram aumento nos registros, destacaram-se os latrocínios — com o dobro do número de casos e 17 mortes —, além de roubo a comércio, que subiu 22,2% (veja Estatísticas).

    Mesmo com o total de assassinatos se mantendo praticamente estável em relação ao primeiro trimestre do ano passado, 117 pessoas foram vítimas de homicídio entre janeiro e março deste ano. Esse total inclui os feminicídios registrados — cinco de janeiro a março deste ano e sete em igual período de 2019. Em relação aos assassinatos, o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, afirma que os dados estão sob avaliação técnica. “Sabemos que mais de 80% dos homicídios envolveram pessoas com passagens criminosas, tanto vítimas quanto autores. E a grande maioria se dá por relação com acerto de contas, guerras entre organizações criminosas”, explica.
Na terça-feira (7/4), Secretaria de Segurança Pública divulgou balanço criminal referente aos três primeiros meses de 2020. Entre os 13 tipos de ocorrências analisadas, oito apresentaram queda, mas homicídios e latrocínios subiram no período
Em 2020, entre todos os tipos de crimes analisados, fevereiro chamou atenção pelas 4.103 ocorrências. Contudo, dos seis meses considerados, março do ano passado teve o maior número de registros (veja Comparativo). “(Quanto à atuação da SSP-DF no ano passado,) não há grandes mudanças em relação a este ano. Conseguimos colocar mais policiais nas ruas e batemos vários recordes de diminuição da criminalidade. O objetivo é continuar aprimorando esse trabalho”, pontua Anderson Torres.
    Na contramão dos aumentos, roubos e furtos de veículos, roubo em residência, além das tentativas de homicídio e latrocínio tiveram pouca variação entre o primeiro trimestre deste ano e o de 2019. As quedas de mais destaque foram em relação aos casos de furto a pedestre, roubo em transporte coletivo e estupro. O secretário de Segurança Pública diz que a diminuição decorre do aumento do policiamento direcionado, mas reconhece que os casos de violência sexual ainda são um desafio: “São crimes de difícil prevenção principalmente porque acontecem dentro de casa, (em ambiente) intramuros”, destaca.


Oportunidade


    A comparação entre fevereiro e março mostrou dados significativos e quedas em alguns tipos de ocorrências. No entanto, vale destacar que a SSP-DF intensificou o policiamento ostensivo em eventos de carnaval e, no último dia 18, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou uma série de medidas com foco no isolamento social para evitar o aumento do contágio pela Covid-19. 

Em relação a fevereiro, no mês passado caíram as taxas de crimes como roubo a pedestres, em comércios e em transporte público; furto a pedestres e em veículos; bem como estupros e tentativas de homicídio. Por outro lado, roubos de veículos e a residências subiram. O especialista em segurança pública Nelson Gonçalves de Souza acredita que a queda em alguns registros está diretamente associada às medidas de restrição estabelecidas pelo Executivo. “O fato de você ter menos gente na rua implica que, necessariamente, há menos oportunidades para acontecerem crimes”, observa.

Em relação aos crimes contra a vida, o especialista entende que quem precisa sair às ruas está menos protegido, pois não há aglomeração de pessoas, o que poderia inibir um assaltante. Nelson reconhece que os trabalhos das forças de segurança estão voltados para o combate à Covid-19, mas lembra que esses profissionais não estão deixando de cumprir o dever. “A preocupação de todos, sejam policiais, médicos ou bombeiros,  é tentar conter o coronavírus. As pessoas estão com foco nisso, mas não quer dizer que não estejam desenvolvendo as funções delas”, completa.
 
Na terça-feira (7/4), Secretaria de Segurança Pública divulgou balanço criminal referente aos três primeiros meses de 2020. Entre os 13 tipos de ocorrências analisadas, oito apresentaram queda, mas homicídios e latrocínios subiram no período 


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