Cidades

'Cada dia isolado é um dia a mais para as pesquisas', diz epidemiologista

O epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB), Jonas Brant, defende que a quarentena deve ser mantida para evitar a proliferação da doença na capital

O isolamento social é a única maneira de combater a disseminação do novo coronavírus. Em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — nesta segunda-feira (13/4), o epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant defendeu que não há ferramentas suficientes para enfrentar a Covid-19, como recursos humanos e hospitais, e, por isso, há necessidade de que as pessoas cumpram as medidas de restrições e evitem infectar outras. 

De acordo com o especialista, há uma sensação de segurança em relação ao vírus, porque os números da capital parecem pequenos. Entretanto, o crescimento da contaminação é exponencial. “Por exemplo, se tivermos 600 casos e sairmos nas ruas, teremos mil em dois dias e 2 mil em quatro dias”, explicou. Brant ainda frisou que o número de casos confirmados e mortes em todo país deve ser maior do que é apresentado pelos órgãos oficiais, porque há falta de equipamentos para testagem. 

Sobre a flexibilização de alguns setores do comércio nos últimos dias pelo Executivo local, o estudioso orientou que a população não deve mudar de rotina edeve evitar o máximo sair de casa. “Os casos ainda estão concentrados no Plano Piloto. Quando chegar nas regiões administrativas mais vulneráveis, teremos dificuldade de contê-los”, disse. 


Cenário


Brant ainda informou que o Brasil pode ter cenários precários semelhantes a outros países, como Estados Unidos e Equador. “O país não produz os reagentes necessários para os diagnósticos e os países que fazem isso não estão exportando. Além disso, não produzimos os EPIs (equipamentos de proteção individual) e não temos capacidade organizacional. Por isso, precisamos empurrar a curva o máximo possível”, reforçou. 

O especialista disse ainda que não é o momento certo para abrandar as medidas de restrição. “Esse cenário deve se manter por muito tempo. Mesmo que tenha hospital de campanha, não tem médico e EPI suficiente. É importante que esperemos mais tempo para que se possa repor os estoques dos insumos e termos um protocolo de atendimento efetivo”, comentou. 


Confira a íntegra do CB.Poder





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