Cidades

'Em momento de pânico, é preciso prudência', diz juíza Leila Cury

Em entrevista exclusiva, a magistrada afirmou que 'segue monitorando a crise desencadeada pelo novo coronavírus, sem perda do controle'

Correio Braziliense
postado em 16/04/2020 17:45
Cerca de 400 testes rápidos serão feitos na Papuda para identificar os infectadosA juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Leila Cury, afirmou, em entrevista exclusiva ao Correio, que a Justiça “segue monitorando a crise desencadeada pelo novo coronavírus” no sistema prisional do DF e garantiu que não há "perda do controle". 
 
 
Questionada sobre a probabilidade do presídio se tornar um “caos”, a magistrada esclareceu que todos os internos vítimas da Covid-19 são jovens e apresentam sintomas leves. Contudo, segundo ela, o número ainda pode aumentar. “É provável que aumente, uma vez que foram realizados cerca de 400 testes rápidos, cujos resultados ainda estão sendo apresentados pela equipe de saúde. Não posso prever o futuro, posso apenas afirmar que todos os profissionais envolvidos estão adotando todas as providências”, garantiu. 
 

Ações emergenciais

A juíza esclareceu que medidas estão sendo adotadas há mais de um mês para conter o avanço do novo coronavírus no complexo. “Com o início da crise, as equipes de saúde dos presídios passaram a trabalhar em dois turnos, de forma a permanecerem no período noturno dentro das unidades e passaram a trabalhar aos fins de semana”, detalhou. 
 
Outras ações citadas pela magistrada incluem o incremento da limpeza, a intensificação de triagens médicas, a separação de idosos e de pessoas com doenças controladas com o uso de medicação, bem como a concessão de prisão domiciliar humanitária para custodiados indicados pela equipe de saúde, e a suspensão de saídas não emergenciais e de visitantes. 
 
A magistrada reiterou, ainda, que nenhuma decisão judicial pode vir a ser modificada por pressão popular. Nesta segunda-feira (13/4), mais de 200 familiares de presos se concentraram em frente à VEP em busca de respostas das autoridades. “Quando se fixa uma data de corte objetiva, sempre haverá alguém questionando por que não prorroga mais um pouco, sempre haverá satisfação e insatisfação”, explicou. 

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