Cidades

'A dor nunca passará, mas me sinto aliviado', diz irmão de jovem morta

Paulo Uenderson, 23 anos, irmão de Paula Fernanda Barbosa Ferreira, 19, fala sobre a prisão dos envolvidos no assassinato da jovem. A estudante morreu na noite de 28 de janeiro de 2019, após ser sequestrada em casa por quatro pessoas e, em seguida, esfaqueada

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 22:13
Paula Fernanda Barbosa Ferreira morreu esfaqueada em uma chácara que pertencia a um dos autores, na zona rural de Planaltina“Mesmo que a dor não passe nunca, o sentimento é de alívio”, disse Paulo Uenderson, 23 anos, irmão de Paula Fernanda Barbosa Ferreira, 19, sobre a prisão dos envolvidos no assassinato da jovem. Paula morreu na noite de 28 de janeiro de 2019, após ser sequestrada por quatro pessoas na casa onde morava com os pais e o irmão, em Planaltina de Goiás e, em seguida, esfaqueada (leia Entenda o caso). 

Investigações apontam que uma mulher, que não teve a identidade revelada, encomendou a morte da jovem. Segundo o delegado da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Eduardo Chamon, o ex-namorado da acusada começou um relacionamento com Paula. A partir disso, as duas iniciaram uma discussão. “O homem se relacionou com a suspeita cerca de cinco anos e, após o término, começou o namoro com a vítima. Elas vinham brigando havia um tempo, inclusive trocando ameaça uma com a outra”, explicou. 

Nesta segunda-feira (4/4), a polícia prendeu outros dois homens maiores de idade acusados de envolvimento no crime e concluiu as investigações sobre o caso. Um adolescente, que participou do assassinado, já estava apreendido. A mulher, considerada como a mentora, responderá em liberdade. Ela prestou esclarecimentos na delegacia e foi liberada após concordar com as medidas cautelares. A acusada não poderá se ausentar do DF e terá que cumprir o recolhimento domiciliar no período noturno.

Em entrevista ao Correio, o irmão da vítima diz que se sente aliviado com a prisão dos autores. “Agradeço muito a Deus porque, depois de tanto tempo, a Justiça se concretizou. Mas a dor nunca vai passar. Até hoje, não consigo entender o motivo que levaram eles a matarem minha irmã. Agora, com eles presos, vou poder sair na rua. Eu não pisava o pé fora de casa com medo”, disse. 

Paula deixou dois filhos, de 3 e de 6 anos. O pai da jovem, José Paulo Ferreira, 64, questiona o motivo de a mandante do crime não ter sido detida. “Se a pessoa errou, ela tem que ser presa. Ela (acusada) ainda atormenta nossas vidas. Não acho justo”, desabafou. 

O delegado Eduardo Chamou explicou que a decisão da prisão ou não compete ao juiz. “Apresentamos ao Ministério Público toda a apuração. Uma das condições que não levaram a mulher para a cadeia foi que ela não tem antecedentes criminais. Contudo, durante o trâmite do processo, o magistrado pode mudar de opinião ou não”, acrescentou. 
 

Entenda o caso

Quatro pessoas encapuzadas e armadas chegaram em um carro e sequestraram Paula na casa onde morava, em Planaltina de Goiás, na região de Brasilinha. Os suspeitos levaram a jovem próximo a uma chácara que pertencia a um dos autores, na zona rural de Planaltina. No local, eles a esfaquearam e efetuaram dois disparos de arma de fogo na cabeça. Após isso, os criminosos tentaram carbonizar o corpo usando pneus e gasolina, mas falharam. Agentes encontraram o corpo um dia depois. 
 

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