Ao menos dois pacientes diagnosticados com Covid-19 precisaram ser transferidos do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para unidades de terapia intensiva (UTIs) particulares conveniadas à Secretaria de Saúde nesta quinta-feira (7/5).
Os 10 leitos de UTI do hospital público, referência no combate à doença, . Na segunda-feira (4/5), o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a criação de 10 novos leitos de terapia intensiva no hospital, dobrando a capacidade de atendimento.
Esses novos leitos, segundo apurou a reportagem, foram criados após remanejamento interno de leitos e recursos e instalados na antiga enfermaria do pronto-socorro, também para atender casos da doença durante a pandemia.
Mesmo assim, a equipe médica avalia a necessidade da transferência para outras unidades de saúde a partir do quadro de cada um dos pacientes. A reportagem registrou o momento em que um deles era transferido para unidade de saúde no Cruzeiro.
De acordo com a Secretaria de Saúde as transferências de pacientes, quando ocorrem, seguem os fluxos definidos pelo comitê Covid da pasta e visam distribuir entre os hospitais as demandas existentes.
"É de praxe o Hran enviar pacientes do box de emergência, principalmente, para o HRSM (Hospital Regional de Samambaia), onde existem 60 leitos de UTI para pacientes com coronavírus e hoje conta com 24 pacientes internados e 36 leitos vagos. Essa medida visa diluir a demanda e otimizar o fluxo de pacientes e equipes médicas", informou, em nota, a secretaria.
A Secretaria de Saúde tem 172 leitos de UTI para pacientes com Covid-19. Desses, 41 estão ocupados. Outros 250 leitos (100 ocupados) de retaguarda.
Remanejamento
Para Cícero Dantas, especialista em clínica médica com MBA em gestão de saúde e diretor técnico do Hospital Home, o remanejamento de pacientes é necessário para evitar o colapso na rede de saúde. “A maior preocupação do governo é não sobrecarregar a rede pública de saúde, como tem acontecido em outros Estados”, explica. De acordo com ele, a transferência de pacientes está seguindo os protocolos do conselho de medicina, direcionando o atendimento conforme o acordo entre a equipe médica atual com a rede hospitalar que irá receber.
Nesse caso, um relatório é elaborado com todo o tratamento feito até o momento para orientar os profissionais que for atender o paciente em outra unidade. No documento, também é especificado o motivo da transferência que pode ser por vários fatores dependendo da necessidade.
Segundo Cícero, a atenção agora é nos pacientes com o novo coronavírus, pois é necessário alguns cuidados. “Não dá para misturar um paciente com Covid-19 com outros pacientes, isso aumenta a transmissibilidade”, ressalta. Ele ainda aprova os esforços do governo em separar alas e hospitais para tratamento à Covid-19.
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