Cidades

Sargento se emociona ao se despedir de colegas no último dia de trabalho

Cenir Maria da Silva trabalhou na Polícia Militar por 30 anos. Agora, aposentada, vai se dedicar ao combate à violência doméstica

Correio Braziliense
postado em 22/05/2020 11:51
A sargento se despediu da Polícia Militar na última terça-feira (19/5)O adeus à profissão que tanto ama está marcado na vida da sargento da Polícia Militar Cenir Maria da Silva. Aos 53 anos, ele se aposentou da carreira de uma forma inusitada. Ao finalizar o último plantão, na terça-feira (19/5), ela usou o rádio da corporação para se despedir dos amigos, com quem trabalhou por 30 anos. Um colega, que estava ao lado dela, filmou toda a ação: a agora aposentada não conteve a emoção.
 
“Combati o bom combate, encerrei a minha carreira e estou guardando a fé”, disse Cenir em mensagem aos companheiros de profissão. O vídeo viralizou nas redes sociais e surpreendeu a sargento. “Não sou da geração de seguidores e fui pega de surpresa com o tanto de visualizações e compartilhamentos que minha despedida teve. Está sendo emocionante. Toda vez que lembro me dá vontade de chorar”, declara.
 
Se ainda estivesse na corporação, a sargento estaria de plantão nesta sexta-feira (22/5). “Minha farda está ali, separada, como se eu fosse trabalhar normalmente. Quando a gente ama o que faz, não trabalha, se diverte. Tudo o que sou hoje, devo à Polícia Militar”, disse Cenir.
 

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No último dia de trabalho, ela atendeu à duas ocorrências, em Águas Claras, região onde se despediu dos colegas. Ela conta que não queria informá-los sobre a saída, no entanto, decidiu fazer isso “porque são minha família, não apenas amigos”. Após enviar a mensagem, formou-se um comboio atrás da viatura em que ela estava. “Foi muita emoção. Tocaram a música do Ayton Senna. Me despedi como uma vitoriosa mesmo. Estou muito feliz”, completa.
 
De uma família de servidores da segurança, ela diz que a paixão por proteger é de sangue. O marido dela se aposentou da PM há dois anos. “Todo mundo aqui de casa ama a carreira que segue. Vale a pena seguir essa carreira”, afirma Cenir. Para os colegas de profissão e àqueles que desejam seguir o ramo, ela avisa: “Combater a criminalidade é um orgulho. Eu salvei vidas. Em cada ocorrência deixei um amigo. Tenho orgulho de ter vestido essa segunda pele (se referindo à farda)”, declara.
 
Quem acha que após a aposentadoria ela vai descansar, se enganou. A missão, agora, é ajudar projetos que ajudam no combate à violência doméstica. “Minha vida é ajudar pessoas. Por isso não quero parar. Quero ajudar casas abrigos, mulheres que sofrem disso. Amo ajudar”, garante.
 

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Vidas salvas

Em 16 de outubro de 2019, a sargento salvou um bebê de 18 dias que estava engasgado e desacordado, em Vicente Pires. A militar voltava para casa, após um plantão, quando viu os pais da criança desesperados no meio da rua, gritando por socorro. Ele realizou algumas manobras de salvamento, que aprendeu na corporação, até a chegada do Corpo de Bombeiros. O recém-nascido ficou bem. 
 
Em 2004, ela resgatou uma criança de um incêndio. "Deus me colocou nessa profissão não apenas para prender bandidos, mas para salvar vidas", disse. 

 

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