Cidades

Chácara no Núcleo Rajadinha era base do acampamento dos '300 do Brasil'

O espaço que acomodava os manifestantes, além de água potável, tinha estrutura de treinamento militar

Correio Braziliense
postado em 27/05/2020 12:44
Chácara tinha espaço para treinamento militar do grupoIntegrantes do grupo “300 do Brasil” ficaram alojados em uma chácara no Núcleo ural Rajadinha, região localizada entre o Paranoá e Planaltina. O espaço ficava próximo a uma vasta área verde. A atuação dos manifestantes é investigada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), ligada à Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor).

A especializada da Polícia Civil (PCDF) recebeu as informações sobre atos isolados do grupo na terça-feira (27/5). Entre o levantamento realizado, está o local utilizado como alojamento pelo “300 do Brasil”. A área teria sido ocupada após o acampamento próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter sido desfeito pela polícia. A chácara contava com espaço de acomodação dos manifestantes, além de água potável e estrutura de treinamento militar

Segundo apuração da Draco, o grupo já deixou o local. No entanto, não foi possível confirmar quando eles saíram da chácara. Todo o material de investigação de outras unidades da Segurança Pública será agrupado para instauração de inquérito policial na especializada da PCDF. 

Os manifestantes se intitulam como “o maior acampamento de ações estratégicas contra a corrupção e a esquerda do mundo”. Eles mantêm um acampamento na Esplanada dos Ministério, local onde realizam e incentivam os protestos a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro, e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Na terça-feira (26), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) peticionou junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) novas informações sobre o “300 do Brasil”. O objetivo é realizar a desmobilização do acampamento na Esplanada. O primeiro pedido realizado pelo Ministério Público foi negado pela Justiça.

Operação contra Fake News

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação nesta quarta-feira (27), com foco nos integrantes do “300 do Brasil”. A ação cumpre 29 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito das fake news, que investiga ataques virtuais a ministros da Corte Suprema.

Entre os alvos está Sara Winter, apoiadora do presidente Jair Bolsonaro. Os policias chegaram à residência dela às 6h e apreenderam aparelhos eletrônicos, como celular e notebook. Pelo Twitter, ela atacou o ministro Alexandre de Moraes: “A Polícia Federal acaba de sair da minha casa. Bateram aqui às 6 horas a mando de Alexandre de Moraes. Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável. Moraes, seu covarde, você não vai me calar”.

Outro alvo é o blogueiro Allan dos Santos, do site bolsonarista Terça Livre, que mora em uma casa alugada no Lago Sul. Ele é próximo aos filhos do presidente e, recentemente, foi recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada. O Correio também apurou que a PF mirou o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, os deputados estaduais Douglas Garcia (PSL/SP) e Gil Diniz (PSL/SP) e o empresário Luciano Hang. Todos são aliados do presidente da república.

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