Policial penal acusado de jogar drogas para dentro da Papuda é liberado

Imagens das câmeras de segurança registraram o momento em que o servidor deixa um pacote no interior de um dos blocos da unidade prisional. Ele estava preso desde 18 de janeiro

Correio Braziliense

postado em 23/06/2020 17:42

A Justiça concedeu liberdade ao policial penal Luiz Paulo Araújo Ferreira Filho, 37 anos. O servidor foi preso pela Polícia Civil em 18 de janeiro após ser flagrado traficando drogas para dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda (veja o vídeo abaixo).

Imagens das câmeras de segurança registraram o momento em que o policial deixa um pacote no interior de um dos blocos da unidade prisional, durante a ronda. A droga seria "pescada" por um detento. No entanto, ao constatarem a movimentação do servidor através das câmeras, os investigadores revistaram as celas do pavilhão e encontraram o embrulho com 600g de maconha. 

Na decisão, a juíza Léa Martins Sales destacou que o acusado esteve preso durante mais de 150 dias, de modo que o tempo sugerido pela Instrução n.º 1 da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) era de 148 dias e constatou “excesso de prazo da prisão provisória do acusado”. 

Desse modo, a magistrada concedeu o alvará de soltura na sexta-feira (19/6) em desfavor de Luiz Paulo para colocá-lo em liberdade. Ela determinou, ainda, que em 26 de novembro, às 14h, o réu passará pela audiência de instrução e pelo provável julgamento. 

 

 

Regras

Com base nas determinações da juíza, o policial penal deverá comparecer, mensalmente, em juízo, a fim de informar e justificar as atividades. Ele está proibido de frequentar praças e outros lugares “nos quais possa correr o risco de se envolver em infrações dessa natureza”; de manter contato com usuários e traficantes de drogas; e de se ausentar do DF sem comunicação prévia à Justiça. 

Durante o período noturno, o servidor deve se recolher e permanecer em casa. O descumprimento injustificado de qualquer das medidas cautelares impostas, especialmente o não comparecimento em Juízo quando intimado, acarretará adecretação da prisão preventiva.

Entenda o caso

Em 18 de janeiro, a Polícia Civil do DF prendeu Luiz Carlos após ele ser flagrado por câmeras de segurança arremessando drogas para dentro do CDP. A quantidade da droga, segundo estimativa da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), renderia cerca de R$ 100 mil. O policial, que trabalha há 11 anos na função, ficaria com parte do valor. Ele era investigado desde setembro do ano passado pela Sesipe e pela Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil (Cord).