Cidades

Policial militar que matou médico na Asa Sul será indiciado pelo homicídio

O servidor atirou contra Luiz Augusto Rodrigues, de 45 anos, durante abordagem em um estacionamento da 314/315 Sul, em 28 de novembro do ano passado

Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 20:53
O caso foi investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul)A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu a investigação sobre o homicídio do médico Luiz Augusto Rodrigues, de 45 anos, em 28 de novembro do ano passado. Ele estava acompanhado de um amigo, um sargento aposentado, que sacou a arma de fogo quando uma viatura da Polícia Militar (PMDF) se aproximava para abordagem, em um estacionamento da 314/315 Sul. Nesse momento, um dos integrantes da equipe atirou duas vezes, e atingiu a vítima. 

No dia do crime, o médico e o amigo dele estavam em um bar da quadra, onde assistiram a um jogo do Flamengo. Após a partida, eles decidiram ir embora, e o militar aposentado acompanhou Luiz Augusto até o carro dele, como explica o delegado Marcelo Portela, chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). “Eles foram abordados por uma equipe da Polícia Militar, quando o sargento sacou a arma. Nessa hora, um dos policiais realizou dois disparos, matando o médico”, esclarece. 

Segundo o investigador, o militar que disparou e matou o médico será indiciado. “Entendemos que o policial praticou o crime de homicídio com dolo eventual. Ou seja, ele arcou com a possibilidade de matar quando decidiu atirar. Ele estava com uma arma de cano longo, uma carabina, e tinha o objetivo de atingir o sargento aposentado. Mas acertou o médico, que morreu no local”, afirma. 

O delegado destaca que um policial não pode “efetuar um disparo de arma de fogo como um criminoso comum, que não se preocupa com a repercussão ou com os dados que aquele tiro pode causar. Quando um policial militar utiliza o armamento, deve-se preocupar com as consequências. Deve-se ter, pelo menos, a consciência que um disparo pode ser bem sucedido, se utilizado de forma e em local adequados. O disparo não pode ser feito de qualquer forma.”

O delegado pontua que a decisão de indiciar o policial militar pelo homicídio do médico ocorreu após todas as testemunhas do caso prestarem esclarecimentos na delegacia. Após analisar as versões e as provas periciais solicitadas para especialistas da PCDF, ficou comprovado que “o policial agiu de forma imprudente quando disparou e, assim, vitimou o médico”, salienta Portela. 

O inquérito da 1ªDP será concluído e encaminhado para análise do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que ficará responsável em analisar o processo e decidir se o policial militar será denunciado. Se sim, o caso segue para o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) e será julgado pelo Tribunal do Júri de Brasília.

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