Cidades

Covid-19: oito hospitais estão sem leitos para tratamento da doença

A taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede pública é de 85%. Entre as unidades sem vagas estão o hospitais Regionais de Ceilândia e Ceilândia, além do Hospital Universitário de Brasília. O Hospital de Campanha Mané Garrincha também não tem leitos para internação

Correio Braziliense
postado em 12/07/2020 10:17

Superlotação no Hospital da Asa Norte, no sábado (11/7)A lotação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da rede pública dedicados ao tratamento da covid-19 é de 85,12% no Distrito Federal. Os dados são da Secretaria de Saúde (SES-DF), divulgados no início da manhã deste domingo (12/7). Ainda, o levantamento da pasta também indica que oito unidades estão sem vagas para receber novos pacientes, entre eles o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que está lotado desde sábado (11). Na capital, são 68.406 pessoas contaminadas pela doença e 796 mortos. 

 

Entre as unidades sem vagas de UTI, está o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na região administrativa com mais casos de infecções. Balanço da Saúde da noite de sábado (12), indica que são 8.653 moradores locais diagnosticados com a doença. Apesar do alto índice de contaminação, a cidade conta apenas com 35 leitos para tratamento intensivo: 10 no hospital local, 20 da UPA e 5 no Hospital São Francisco. 

 

No HRC, nove pacientes estão internados na unidade de terapia, sendo que a décima vaga está bloqueada. Portanto, não há vagas para hospitalizar novos pacientes. Na unidade há também 22 leitos na unidade de cuidados intermediários (UCI), mas somente dois estão vagos. Já na UPA de Ceilândia há a disponibilizade de internação de mais três doentes. Não há disponibilidade de internação de novos pacientes no São Francisco.

 

Em Samambaia, quarta cidade no número de diagnósticos positivos da covid-19 (4.672), todos os 20 leitos de UTI do hospital regional estão com pacientes internados. A unidade também conta com 12 vagas na UCI e, na ala, há oito vagas liberadas. 

 

No Hospital Universitário de Brasília (HUB), que conta somente com 20 vagas para tratamento na UTI, também não tem mais disponibilidade para novas internações. Os demais hospitais sem leitos de tratamento intensivo são Hospital Ortopédico e Medicina Especializada, na Asa Sul, e o Hospital São Mateus, no Cruzeiro.

 

A sétima unidade hospitalar sem leitos é o Hospital de Campanha Mané Garrincha, que conta apenas com 20 vagas para tratamento na Unidade de Cuidados Intermediários. No Distrito Federal, esse é o único local sem vagas para acomodar novos pacientes com casos de infecções menos graves. 

 

Situação do Hran 

No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no combate à doença, não há mais vagas desde sábado (11). Neste domingo (12), por meio de nota oficial, a Secretaria de Saúde confirmou que a situação continua a mesma. O Correio obteve imagens que mostram a situação de superlotação no hospital. Uma fonte do hospital conversou com a reportagem sob a condição de anonimato e informou que há várias pessoas diagnosticadas com a covid-19 aguardando vaga. “Há um grande fluxo de pessoas e poucos profissionais para acompanhar todos. Na ala de medicação, há, pelo menos, 20 infectados sendo medicados e aguardando atendimento”, explicou.


Para a profissional da saúde, no entanto, o mais preocupante são os pacientes em estado gravíssimo que, por falta de leito na UTI, estão acomodados no box de emergência do hospital. “A área tem estrutura para atender a até nove pessoas, mas havia 16 (ontem). Tratam-se de doentes que estão medicados e também intubados e que, no entanto, não conseguem uma vaga no hospital”, afirmou. Além desses pacientes, havia mais de 40 pessoas sentadas em bancos do Hran, já com diagnóstico positivo para a covid-19, também esperando uma vaga para internação.
 

Saúde garante internação de doentes

Em nota, a Saúde esclareceu que, quanto a situação da falta de vagas nas unidades hospitalares, "os novos pacientes e aqueles oriundos de outras unidades hospitalares e que necessitam de internação, ao chegarem, são acomodados em poltronas enquanto é disponibilizado um leito no pronto socorro ou nas enfermarias. Havendo necessidade, o paciente já recebe O2 ainda sentado, ou seja, o paciente não deixa de ser atendido."
 
Ainda, destacou que os pacientes que aguardam internação podem ser transferidos para outras unidades que tenham vagas. "Quanto a internação em UTI, a disponibilidade de leitos ocorre em rede, ou seja, os pacientes são direcionados para internação com suporte intensivo independentemente da unidade onde está internado. Não necessariamente o paciente internado no Hran será direcionado para a UTI daquela unidade."
 
"A direção esclarece que uma pequena obra será feita para abrir 21 leitos novos de enfermaria usando a antiga área de recepção do pronto socorro", finalizou o texto. 

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