Cidades

Justiça afasta servidora do Ibama suspeita de envolvimento no caso da naja

Investigações apontam que a funcionária teria expedido autorização para Gabriel Ribeiro, amigo do jovem picado pela naja, criar a cobra

Correio Braziliense
postado em 23/07/2020 07:01
A naja segue no zoológico de Brasília junto às outras serpentes apreendidas na operação.A Justiça Federal da 1ª Região acatou o pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para afastar uma funcionária do órgão ambiental por suspeita de participação no caso de Pedro Henrique Lemkuhl, jovem picado por uma naja kaouthia em 7 de julho. 

Segundo investigações, ela teria expedido autorização de captura, coleta e transporte da naja para Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro. Gabriel foi preso na manhã desta quarta-feira (22/7), durante a Operação Snake. Segundo a PCDF, ele é suspeito de atrapalhar as investigações e teria soltado a naja próximo ao shopping Pier 21. 

Saiba Mais

O afastamento da servidora foi desencadeado pelas investigações conduzidas pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama). Durante  a apreensão de 16 cobras em um cativeiro ilegal, os agentes encontraram caixas de contenção de animais provenientes do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do órgão. 

Após alguns dias, em busca na residência de Gabriel, a polícia encontrou a licença expedida, em 2019, pela funcionária agora afastada. 

De acordo com o Ibama, a licença viola gravemente as normas do órgão, uma vez que a naja não pode ser criada no Brasil. Na época dos fatos, ela atuava no CETAS-DF e tinha experiência na função, o que, segundo o Ibama, excluí a possibilidade de erro de procedimento.
 

Investigações 

O andamento das investigações está em sigilo na 14ªDP. Na semana passada, a mãe de Pedro e o padrasto, um tenente-coronel da Polícia Militar, prestaram depoimento. Pedro segue de atestado médico e, por isso, ainda não foi ouvido pela polícia.  

 

A família foi multada pelo Ibama em R$78 mil, sendo R$61 mil para Pedro por maus-tratos; o padrasto e mãe  terão de pagar R$ 8,5 mil, cada um, por terem dificultado a ação de resgate. No dia em que prestaram depoimento, o casal e o advogado saíram sem falar com a imprensa. 

 

Além da naja e das outras cobras apreendidas, a PCDF também investiga a ligação do estudante de veterinária com outros animais encontrados. Entre eles, três tubarões em uma chácara na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires.  

 

 

 

 

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