Apesar da página mostrar que haviam 19 leitos de Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) no local, sendo apenas dois ocupados, na realidade havia apenas seis leitos na unidade hospitalar e todos estavam ocupados. Além disso, a força tarefa do MPDFT também constatou que as condições de funcionamento do hospital não eram satisfatórias para um tratamento médico digno. De acordo com a instituição, não havia profissionais de saúde, tampouco espaço físico, suficientes para a demanda de atendimento observada no hospital.
Para o MPDFT, além das condições serem precárias, a situação apresenta riscos que podem agravar os problemas de saúde de pacientes internados no hospital. Devido à aglomeração, pacientes não infectados com o coronavírus estão expostos aos pacientes de covid-19, podendo também contrair a doença e agravar o caso clínico. O órgão testemunhou, por exemplo, pacientes misturados durante a realização de exames de imagem.
A recomendação da instituição é de que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) faça mudanças físicas na estrutura do hospital, a fim de separar pacientes de covid-19 de outros pacientes. A SES/DF terá, ainda, que fazer mudanças para melhorar o atendimento de pacientes no pronto-socorro e na clínica médica, ortopedia e cirurgia geral transferidos para o HRT de outras regiões como Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas. Como os hospitais de Ceilândia e Samambaia se tornaram referência no tratamento de covid-10, o Hospital de Taguatinga passou a concentrar atendimentos não relacionados à doença.
No relatório, o MPDFT ressaltou também a precariedade de condições de trabalho para os profissionais de saúde que, conforme estudo divulgado pela instituição, está com apenas 50% de seus funcionários trabalhando por conta de afastamentos de médicos, enfermeiros e técnicos por adoecimento físico ou mental. O prazo dado pelo órgão à SES/DF é de 10 dias úteis.
Confira a íntegra da nota de esclarecimento da Secretaria de Saúde:
A direção do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) informa que todos os apontamentos feitos pelo MPDFT estão sendo sanados. O hospital tem atendido acima da sua capacidade e, para melhorar o fluxo e aumentar a oferta de atendimentos aos internados, o pronto-socorro está atendendo somente os casos graves que chegam ao local.
A emergência está atendendo os casos graves nas seguintes especialidades: ortopedia, cirurgia-geral, pediatria, oftalmologia, ginecologia e cardiologia.
Casos moderados de clínica médica, e com menor risco, podem ser atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Região de Saúde Sudoeste, localizadas em Samambaia e no Recanto das Emas.
Quase metade dos pacientes internados no HRT é da área de ortopedia. Por isso, o hospital está trabalhando em parceria com os demais hospitais da rede para transferência de alguns pacientes. Na tarde de hoje (24), cinco pacientes ortopédicos serão transferidos.
Mesmo não sendo a unidade de referência da região para Covid-19, o HRT também está atendendo aos pacientes com essa enfermidade e conta com protocolo específico e uma ala de isolamento respiratório para esta assistência.