Cidades

GDF terá que explicar irregularidades no Hospital de Taguatinga

MPDFT quer informações sobre quantidade de leitos que governo diz haver disponíveis na internet e pede separação de pacientes de covid-19 e de pacientes com outras doenças

Correio Braziliense
postado em 23/07/2020 18:05
Segundo o MPDFT, há problemas de leitos, equipamento e pessoal no hospital de TaguatinggaO Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu explicações sobre irregularidades encontradas no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) em 16 de julho. Na ocasião, o órgão verificou que o número de leitos destinados ao tratamento de pacientes com covid-19 no hospital não correspondiam àqueles apresentados na Sala de Situação, site da Secretaria de Saúde que atualiza informações sobre a disponibilidade de leitos. 

Apesar da página mostrar que haviam 19 leitos de Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) no local, sendo apenas dois ocupados, na realidade havia apenas seis leitos na unidade hospitalar e todos estavam ocupados. Além disso, a força tarefa do MPDFT também constatou que as condições de funcionamento do hospital não eram satisfatórias para um tratamento médico digno. De acordo com a instituição, não havia profissionais de saúde, tampouco espaço físico, suficientes para a demanda de atendimento observada no hospital.

Para o MPDFT, além das condições serem precárias, a situação apresenta riscos que podem agravar os problemas de saúde de pacientes internados no hospital. Devido à aglomeração, pacientes não infectados com o coronavírus estão expostos aos pacientes de covid-19, podendo também contrair a doença e agravar o caso clínico. O órgão testemunhou, por exemplo, pacientes misturados durante a realização de exames de imagem.

A recomendação da instituição é de que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) faça mudanças físicas na estrutura do hospital, a fim de separar pacientes de covid-19 de outros pacientes. A SES/DF terá, ainda, que fazer mudanças para melhorar o atendimento de pacientes no pronto-socorro e na clínica médica, ortopedia e cirurgia geral transferidos para o HRT de outras regiões como Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas. Como os hospitais de Ceilândia e Samambaia se tornaram referência no tratamento de covid-10, o Hospital de Taguatinga passou a concentrar atendimentos não relacionados à doença. 

No relatório, o MPDFT ressaltou também a precariedade de condições de trabalho para os profissionais de saúde que, conforme estudo divulgado pela instituição, está com apenas 50% de seus funcionários trabalhando por conta de afastamentos de médicos, enfermeiros e técnicos por adoecimento físico ou mental. O prazo dado pelo órgão à SES/DF é de 10 dias úteis. 

Confira a íntegra da nota de esclarecimento da Secretaria de Saúde:

A direção do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) informa que todos os apontamentos feitos pelo MPDFT estão sendo sanados. O hospital tem atendido acima da sua capacidade e, para melhorar o fluxo e aumentar a oferta de atendimentos aos internados, o pronto-socorro está atendendo somente os casos graves que chegam ao local. 

A emergência está atendendo os casos graves nas seguintes especialidades: ortopedia, cirurgia-geral, pediatria, oftalmologia, ginecologia e cardiologia. 

Casos moderados de clínica médica, e com menor risco, podem ser atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Região de Saúde Sudoeste, localizadas em Samambaia e no Recanto das Emas.

Quase metade dos pacientes internados no HRT é da área de ortopedia. Por isso, o hospital está trabalhando em parceria com os demais hospitais da rede para transferência de alguns pacientes. Na tarde de hoje (24), cinco pacientes ortopédicos serão transferidos. 

Mesmo não sendo a unidade de referência da região para Covid-19, o HRT também está atendendo aos pacientes com essa enfermidade e conta com protocolo específico e uma ala de isolamento respiratório para esta assistência. 

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