Correio Braziliense
postado em 23/07/2020 18:15
O síndico João Carlos Bruno, 67 anos, responsável pela administração do Bloco B da Quadra 103 do Sudoeste, presta esclarecimentos sobre a ameaça de envenenamento de uma área verde da região à 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). O idoso foi filmado afirmando que colocaria veneno no espaço para evitar que a estudante Isabella Caetano, 24, e a mãe dela passassem com as cachorras pelo local. O caso ocorreu na manhã de quarta-feira (22/7).
Isabella Caetano abriu um boletim de ocorrência contra o síndico pelo crime de ameaça. Por isso, agentes solicitaram que o homem comparecesse à unidade para dar depoimento. De acordo com João Carlos, o caso ocorreu após um desentendimento com a mãe da advogada.
“Essa senhora traz os animais para fazer as necessidades na área e não recolhe as fezes. O prédio tem muitas crianças e as mães já tinham pedido para a mulher retirar os dejetos. Por não ter respeitado o pedido, isso gerou desconforto com os moradores. Então, ontem, tive a oportunidade de encontrá-la. Questionei o motivo dela sair do prédio dela, em outro bloco, e vir aqui para os cães defecarem, sendo que não recolhe as fezes. Foi quando ela me respondeu que poderia fazer o que quisesse, pois era uma área pública”, alega.
Ainda, João afirma que havia “informado várias vezes que essa senhora deveria recolher as fezes dos animais, pois é lei. Mas a filha dela se aproximou e filmou apenas o que queria, sem mostrar o contexto. E eu realmente confirmei minha fala. Acrescentei, ainda, que não colocava veneno porque aqui tem crianças. Pois é um local que tem ratos, formigas e outros insetos.”
O síndico frisa que irá abrir um processo na Justiça contra a universitária. “Ela me expôs, degradando a minha imagem nas redes sociais e na imprensa. Naquele momento, fiquei com o sangue quente e tentei intimidá-la, para evitar que a mãe voltasse a trazer os cachorros na área e não catar as fezes. Mas não me arrependo, porque eu sei que não vou colocar veneno para os cães dela. Eu mesmo tenho cachorro”, acrescenta.
Isabella diz que as acusações do síndico são falsas. “ Eu fiquei muito ofendida diante das mentiras. Nós moramos na quadra há nove anos e desde então nossas cachorras fazem a mesma rota. Nunca recebemos reclamações sobre a coleta dos dejetos dos meus animais. Quando ele nos abordou, ele não disse nada sobre necessidades de cachorro ou de reclamações, mas sobre a área ser propriedade privada”, afirma a estudante.
Ela ainda explica: “sempre levamos uma bolsinha de saquinhos ou usamos os sacolas plásticas disponíveis na quadra, nunca deixamos de recolher. Ele está difamando minha reputação, como tutora de cachorro, eu sei das obrigações”.
Devido à situação, a família decidiu até mudar o horário dos passeios com as cadelas e não passar na região do Bloco B. “Geralmente é o meu pai que caminha com as cachorras e nenhuma vez algo parecido ocorreu, mas quando eu e minha mãe fomos fazer a caminhada, ele teve a coragem de nos afrontar. Isso me causou tanto temor que eu voltei à delegacia hoje, antes de ser intimada”, relata Isabella.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
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