Cidades

Cerca de 55,91% dos consumidores pretendem presentear no Dia dos Pais

Pesquisa da Fecomércio analisa expectativas para o Dia dos Pais: há receios, mas também esperanças de uma retomada gradual de vendas

Correio Braziliense
postado em 29/07/2020 11:44

Jairo Souza e Fabiane Araujo passaram a ter mais hábitos de compras virtuais, mas ainda analisam opções para o Dia dos Pais Com a proximidade do dia 9 de agosto, comerciantes do Distrito Federal intensificam as estratégias de venda para o Dia dos Pais. A data de 2020 ainda deve contar com diferentes impactos da pandemia do novo coronavírus, mas as lojas se preparam para uma retomada gradual de números de caixa, com diferentes alternativas de compra, opções diversas de produtos e com a segurança da saúde do cliente como princípio básico.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio) estima que 55,91% dos consumidores pretendem presentear um pai. “Acreditamos que esse Dia dos Pais vai ajudar a melhorar as vendas, mas devemos lembrar que não existe uma normalidade no comércio nesta pandemia. É uma data importante para ir voltando às vendas”, explica o presidente da Federação, Francisco Maia.

A Fecomércio também ressalta que há uma necessidade de oferecer plataformas de negócios on-line durante este período. “O comércio eletrônico teve vendas disparadas, crescendo em 40% durante o isolamento. Então, os comerciantes tradicionais têm que pensar nessa migração para os meios eletrônicos, para dar essa opção ao cliente”, sintetiza Francisco. Nos shoppings, que costumam oferecer essas alternativas, a expectativa de empresários é esperançosa. Eles observam as vendas em uma crescente após os primeiros dias de reabertura desses estabelecimentos e ressaltam os protocolos sanitários destes centros comerciais.

“A retomada não é nada fácil, mas, a cada dia que passa, temos mais clientes e vendas. As pessoas estão olhando os produtos que temos, pesquisando e comprando. E muitos já pensando no Dia dos Pais”, conta José de Lima Silva, 42 anos, gerente de uma loja de sapatos. José avalia que quem for às compras nas próximas semanas deve encontrar produtos novos e de estoque com bons preços, pois o comércio não quer perder vendas. “Nossa coleção antiga está em liquidação e alguns sapatos começaram a chegar agora, com esse retorno econômico”, diz. Outra lojista que ressalta dessas opções é Oriana Flores, 49.
 
Lojas começam a investir na divulgação dos produtos e promoções para a data 

Gerente de uma ótica, ela apresenta aos clientes opções de óculos, relógios e diversos produtos que agradam os pais, lembrando também das alternativas de modo de compra. “Estoques que ficaram parados em outras datas comemorativas estão com promoções. Na nossa loja mesmo, temos descontos que chegam a 50% na compra de três peças. Isso com o diferencial de poder entregar em casa para quem não quiser vir, ou com a venda por drive-thru, por exemplo”, detalha Oriana. Ela aposta ainda no atendimento presencial como o “algo a mais” que as compras podem oferecer. “Muita gente se sente carente com o isolamento e necessita de uma atenção especial. Nós percebemos isso e oferecemos esse carinho, essa preocupação humana com a pessoa”, pontua a gerente.

Para o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), essa é uma oportunidade para amenizar os resultados negativos dos primeiros meses do ano. “Tivemos um primeiro semestre mais fraco. Então, as lojas têm produtos em liquidação desse período, mas também têm produtos de lançamento, que vendem em até seis vezes, por exemplo. Para o Dia dos Pais, se destacam perfumarias, lojas de sapatos e confecções em gerais, comércios que são mais voltados para o homem”, explica o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro. O sindicato calculou que a data deve movimentar R$ 60 milhões no comércio do DF, abaixo dos  R$ 250 milhões do mesmo dia do ano passado. O gasto médio com presentes deve ficar em R$ 90 e as vendas devem crescer 1% em relação aos últimos meses. 

Clientes


Wellerson pede por mais promoções para atrair compras Jairo José de Souza, 31, é um dos moradores do DF que pretendeir às compras. “Ainda não sei o que vou comprar, mas vou analisar bem as opções de produtos e promoções para decidir. De qualquer forma, será só uma lembrança, porque o melhor presente, para mim, é ficar com a família nessas datas”, diz o gestor financeiro. A esposa concorda e diz que os hábitos da casa mudaram com a pandemia. “Já fizemos várias compras pela internet, de roupas, sapatos e até verduras”, conta Fabiane Araújo, 37, professora.

As dificuldades financeiras dos empresários também são vividas pelos consumidores, que pedem por mais ofertas, como Wellerson Castro, 46. “Este ano as pessoas vão ter mais dificuldade de comprar presente, por conta da crise, mas tem produtos como roupas que são sempre necessários e podem ser mais baratos. O shopping aberto facilita nessa escolha e dá uma segurança, porque tem a medição de temperatura na entrada e toda aquela higienização necessária”, opina o vigilante.
 
Eliza Ferreira, superintendente do Taguatinga Shopping, lembra que o estabelecimento continua oferecendo opções de compras por drive-thru ou delivery, mas que há o retorno crescente de uma procura por lojas físicas. “Temos muitos clientes que gostam de ver a mercadoria, observar de perto aquele material, conhecer as diferentes opções e conversar com o vendedor. E isso tem se intensificado nos locais em que eles percebem todo o investimento em medidas de segurança”, diz. 
 

Pesquisa 

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio) realizou uma pesquisa com comerciantes e clientes para colher informações sobre hábitos de venda e consumo no Dia dos Pais e concluiu que:

Expectativa
  • 8,9% dos lojistas da capital esperam que as vendas em 2020 cresçam mais do que no ano passado;
  • 48,52% disseram que a procura será menor;
  • 42,61% afirmaram que será igual.

Estratégias
  • 58,37% pretendem usar algum tipo de estratégia para alavancar as vendas;
  • 30,23% devem realizar promoções;
  • 16,28% devem montar kit de produtos
  • 13,57% devem montar vitrine temática;
  • 13,57% apostam na diversidade de produtos; 
  • 11,63% apostam na divulgação;
  • 6,20% apostam no desconto para compras à vista.

Consumidor
  • 55,91% pretendem presentear e 44,9% disseram que não irão comprar nada para a data;
  • Em relação ao ano passado, a intenção positiva de compra teve uma queda de 7,45%;
  • Entre os que não vão comprar presentes, 55,31 % responderam que não tem a quem presentear, 26,82% estão passando por dificuldade financeira, 11,17% não gostam de presentear e 6,7% estão sem emprego;
  • A preferência pela modalidade de pagamento é pelo o dinheiro, 80,6%, crédito, 10,6%, e débito, 8,8%; 
  • 23,8% vão procurar o presente em lojas de artigo para presentes, 17,82% em cosmético ou perfume, 15,38% em calçados e acessórios.
 
Especialista 
 
Estamos próximos de uma data importante não só para o comércio, mas também para estreitar laços e fortalecer relacionamentos em uma época marcada pelo distanciamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. Os empresários devem se preparar para levar até pais e filhos a melhor entrega possível da sua promessa enquanto marca, produtos e serviços. Lembrar o que te motiva a acordar e produzir todos os dias, o que o inspirou a empreender é o melhor jeito de encontrar novas possibilidades de causar impacto com o negócio. É hora de pensar como levar aquela sensação de aconchego, cuidado, respeito, carinho, independente do segmento de atuação. Cupons de desconto, entregas programadas, combos e facilidades de pagamento são ações comuns, que todos vão fazer. Esse é um momento para se reinventar. Pensar em um algo a mais, algo que ninguém espera. Uma surpresa para o comprador e para quem vai receber o presente de Dia dos Pais, por exemplo. Pode ser uma playlist especial para o Dia dos Pais em algum aplicativo de música, já impresso no cartão do presente, um combo de produtos ou serviços que fizeram parte do relacionamento deles, um cartão escrito à mão e com espaço para colocar uma foto impressa. São os pequenos detalhes que fazem a diferença e, nesse momento, qualquer possibilidade de personalização vai definir sucesso ou fracasso de qualquer ação, não só on-line, mas presencialmente. Afinal, estamos on e offline o tempo todo. Não nos dividimos mais.

Juliana Guimarães, especialista em emprempreendedorismo do 55Lab
 

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