Cidades

Profissionais que atendem a UTI Covid estão há 2 meses sem pagamento

Denúncia foi feita por enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam no Hospital Regional de Santa Maria. Mais de 30 trabalhadores reclamam da falta de pagamento

Correio Braziliense
postado em 30/07/2020 18:35
Profissionais da enfermagem que atuam na UTI Covid estão com salário atrasadoNa linha de frente no combate ao novo coronavírus, enfermeiros e técnicos em enfermagem que atuam no Hospital Regional de Santa Maria estão há dois meses sem receber o pagamento. Mais de 30 profissionais que atuam na unidade de terapia intensiva (UTI) voltada para pacientes com covid-19 reclamaram da falta de pagamento. 

As denúncias foram feitas ao Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF). De acordo com a categoria, os salário referente a junho deveria ter sido pago até 20 deste mês. No entanto, até o momento não entrou na conta dos trabalhadores. 

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela administração do Hospital de Santa Maria, informou que o pagamento dos salários é feito pela empresa terceirizada Domed. Segundo o Iges, os valores devidos pela contratação dos serviços da empresa estão sendo pagos de forma regular, conforme previsto no contrato.

O instituto destacou em nota que está em contato com a Domed para verificar a inconsistência nos pagamentos dos colaboradores. O Correio procurou a empresa, que não atendeu às ligações. O espaço segue aberto para esclarecimento. 

De acordo com Newton Batista, vice-presidente do Sindate, a maior reclamação é que os profissionais não foram contratados pela empresa terceirizada. Eles fazem parte de uma cooperativa de saúde contratada pela Domed. “O que houve foi um quarteirização dos serviços. O que gerou ruído. Estamos acompanhando de perto essa situação”, informa. 

Newton revela ainda que houve uma movimentação de paralisação entre os profissionais. “Existe o risco de paralisar, mas acredito que a situação deva se resolver antes que isso se concretize”, pontuou. 

O enfermeiro Sandro de Sousa, 39 anos, relata que desde que iniciou o trabalho junto à cooperativa no Hospital de Santa Maria, em junho, não recebeu nenhum pagamento. “Dois meses e nada de salário. A gente não sabe nem quando irá receber. E é um trabalho de alto risco, estamos lidando com pacientes de covid-19”, ressalta. 

Uma técnica de enfermagem que não quis se identificar está preocupada com o pagamento dos dois meses trabalhados. “Na semana passada, fomos dispensados por corte de gastos. Se estamos com esse problema para receber agora, imagine em agosto. É desumano isso”, desabafa. 

O Correio tenta contato com as cooperativas que atuam na unidade de saúde e mantém o espaço aberto para a manifestação, bem como para a empresa terceirizada. 

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