Cidades

Zoo de Brasília não tem interesse em ficar com naja e víbora-verde-voguel

As serpentes venenosas estão abrigadas no Zoológico de Brasília, que ressalta que todos os animais sob seus cuidados, temporários ou permanentes, recebem a atenção necessária para a garantia do bem-estar

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está em tratativa com o Instituto Butantan, em São Paulo, para transferir a naja kaouthia — a serpente que picou Pedro Henrique dos Santos Krambeck Kehmukl — da Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) ao Butantan. 

A naja está abrigada no Zoo desde 8 de julho, um dia depois de picar o estudante de medicina veterinária, acusado de integrar um esquema internacional de tráfico de animais exóticos e silvestres. Outras 17 serpentes ligadas a Pedro Henrique também estão no serpentário do Zoológico. 

Em um documento ao qual o Correio teve acesso, a FJBZ informou que, das 27 serpentes resgatadas pelo Ibama, o Zoológico demonstrou interesse em apenas seis delas. São elas: uma periquitambóia, uma cobra-papagaio, uma jararacuçu, uma salamanta e duas jibóias-de-madagascar. Outros sete animais já foram recolhidos pelos Ibama. A naja e a víbora-verde-de-Vogel estão entre as cobras que o Zoo não tem interesse em abrigar.
 
 

As informações são de um documento que compõe uma ação popular, de autoria do advogado José da Silva Moura, que pede para que o suspeito arque com os custos que a instituição está tendo ao cuidar das serpentes. No documento, o Zoológico relata ter gastado R$ 912,78 em exames, medicamentos e materiais com as cobras capturadas. Mais R$ 156 foram gastos com alimentação.

O Butantan informou que o Ibama os procurou manifestando interesse em transferir a naja ao instituto. Contudo, isso depende de algumas questões, como a definição do local onde as serpentes ficariam no órgão. Por meio de nota oficial, o Zoológico informou que a escolha de animais que integram o plantel é feita com base no Plano de Populações. 
 
“Trata-se de um documento interno elaborado pela equipe técnica com propósitos de conservação, educação e pesquisa, que prioriza espécies da fauna local e espécies contempladas por programas de conservação nacionais e internacionais que dependam de esforços humanos para não serem extintas. Ressaltamos que a decisão final da destinação de cada animal cabe exclusivamente ao Ibama”, ressaltou o zoo. 

O Zoológico de Brasília ressaltou, ainda, que todos os animais sob seus cuidados, sejam eles temporários ou permanentes, recebem a atenção necessária para a garantia do bem-estar. Além disso, “são monitorados, diariamente, pela equipe técnica da instituição — biólogos, zootecnistas, médicos veterinários e cuidadores de animais”.