Ciência e Saúde

Mutações genéticas aumentam risco de infarto precoce, segundo cientistas

Um estudo publicado na revista Nature revelou que raras mutações em genes associados a eles são as responsáveis pelo infarto precoce, um problema pouco frequente, mas devastador

Paloma Oliveto
postado em 11/12/2014 08:54
Por muito tempo, o colesterol LDL, também chamado de ;ruim;, foi o grande vilão da saúde coronariana. Quase todo mundo sabe dizer ao menos aproximadamente como andam os níveis dessa gordura no sangue. Já os triglicérides costumam ser deixados de lado. Não deveriam. Eles desempenham um papel tão importante quanto ; e, dependendo do caso, maior ainda ; para a integridade do coração. Um estudo publicado na revista Nature revelou que raras mutações em genes associados a eles são as responsáveis pelo infarto precoce, um problema pouco frequente, mas devastador.

De acordo com os pesquisadores de Boston, nos Estados Unidos, mundialmente, somente cerca de 5% dos ataques cardíacos atingem pacientes com menos de 50 (homens) e 60 anos (mulheres). Contudo, nesses casos, os infartos costumam ser letais. O cardiologista Sekar Kathiresan, do Hospital Geral de Massachusetts e principal autor do estudo, explica que, com a idade avançada, ocorre um processo chamado circulação colateral. Esse mecanismo caracteriza-se pela abertura de pequenas artérias que passam a se conectar com vasos maiores, criando uma estrutura alternativa para a circulação de sangue e oxigênio pelo órgão. O mesmo não acontece com adultos mais jovens. Por isso, uma vez que as veias estão obstruídas, a dificuldade para recuperar o músculo cardíaco é bem maior.

Fatores como tabagismo e uso de drogas favorecem o infarto precoce. Mas não explicam totalmente o problema. Em sua carreira, Sekar Kathiresan, autor de diversos estudos na área de cardiologia, sempre se interessou em descobrir o que está por trás dos ataques do coração fora de hora. As pesquisas que ele tem realizado apontam para a mesma direção: a dos triglicérides, tipo de gordura mais comum do organismo. Normalmente, as quantidades elevadas dessa substância indicam uma alimentação pouco saudável. Variantes genéticas, porém, também favorecem o acúmulo dela no sangue e, consequentemente, estão implicadas com a formação de placas gordurosas que podem fechar as artérias.



A equipe de Kathiresan sequenciou quase 10 mil regiões do genoma que codificam proteínas em 1.088 pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio precocemente e 978 indivíduos do grupo de controle, para fins comparativos. ;Nós identificamos dois genes nos quais uma rara sequência de mutações era muito mais frequente naqueles que tiveram ataques cardíacos precoces;, conta o cardiologista.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação