Correio Braziliense
postado em 14/07/2020 17:07
Os porcos-formigueiros, mamíferos que vivem na África, são conhecidos por suas raras aparições. Costumam viver solitariamente e só deixam a toca à noite, para cavar a terra em busca de seu alimento preferido: formigas e cupins. Por isso, poucos cientistas já tiveram o prazer de observar um desses animais de perto, que geralmente fotografados por armadilhas fotográficas (câmeras fixas que disparam diante da presença de algum bicho na floresta).Por isso, foi grande a surpresa da pesquisadora Nora Weyer, da Universidade de Witwatersrand (África do Sul), ao encontrar porcos-formigueiros perambulando pela savana africana em plena luz do dia, durante sua pesquisa de doutorado. Ela e sua equipe conseguiram fazer raras fotos dos bichos caçando sob a luz do sol no Parque Kalahari. Mas, em vez de comemorar o flagrante raro, se preocuparam, porque tal mudança de comportamento poderia sinalizar algum desequilíbrio ambiental.
Em estudo publicado esta semana na revista especializada Frontiers in Physiology, Weyer e colegas confirmam que há mesmo um problema. A seca na região está tão intensa que os porcos-formigueiros são obrigados a buscar alimentos em outras horas do dia. "Nós suspeitávamos que era a seca, mas precisávamos acompanhar o animais por um longo período de tempo para confirmar se era mesmo o clima que estava causando a mudança de comportamento", diz uma das participantes do estudo, Robyn Hetem.
O clima ameaça porcos-formigueiros
Saiba Mais
"Porcos-formigueiros conseguiram se adaptar ao clima árido do Kalahari no passado, mas está tão quente e seco que o clima atual e futuro pode ser insuportável para eles. Nós precisamos descobrir se esses animais poderão lidar com essas condições cada vez mais secas", alerta Weyer.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.