Adriana Izel
postado em 23/07/2015 14:48
A cineasta baiana Larissa Fulana de Tal aproveitou a participação na mesa Afinal, o que é cinema negro, no Festival Latinidades (Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha), para criticar os estereótipos aos negros na sétima arte.
"Chega de ser estereotipado. Somos muito mais do que isso. Até quando vamos ter a política afirmativa embargada? Até quando vamos ter que reinvindicar o que é de nosso direito?", disse durante a mesa de debate realizada na quarta-feira (22/7), no Cine Brasília (106/107 Sul).
[SAIBAMAIS]Em referência aos contantes personagens marginalizados, Larissa emendou que o problema não é que a mulher negra interprete uma empregada, por exemplo, mas como é feita a representação da personagem em si. "A questão não é o papel social. Mas a forma de representação", completou.
Larissa Fulana de Tal também afirmou que é preciso mudar as referências e olhar para outros tipos de cinema. Antes, a roteirista Kathleen McGhee Anderson havia comentado sobre o fato de ter sido a primeira mulher negra em Hollywood e o que ela entendia como cinema negro. "Essa pergunta ;afinal, o que é cinema negro?; parece autoexplicatica: é cinema feito por negros para negros. Mas é triste ter que estabelecer uma divisão pela cor de pele. Isso já o define como diferente"
A mesa ainda contou com a presença da pesquisadora Janaína Oliveira, que defendeu o panorama histórico do cinema negro.