Diversão e Arte

Orquestra apresenta projeto que reúne linguagens artísticas

Estreia nesta quarta o projeto OFB Show, da Orquestra Filarmônica de Brasília

Adriana Izel
postado em 26/09/2018 06:00
A Orquestra Filarmônica de Brasília acompanhará apresentações de dança no Teatro Dulcina, no Conic
Em atividade há mais de 30 anos no Distrito Federal, a Orquestra Filarmônica de Brasília, ao longo desse período, desenvolveu uma série de atividades para a sociedade, como projetos de dança, de teatro e, naturalmente, de música. Essa trajetória de luta pela arte é o fio condutor para o projeto OFB Show, que estreia nesta quarta-feira (26/9), a partir das 20h, no Teatro Dulcina de Moraes, no Conic (Setor de Diversões Sul). ;Esse evento é uma tentativa de mostrar para a sociedade que a Orquestra Filarmônica está na ativa depois desses 30 anos. E que, durante esse período, desenvolvemos vários projetos;, afirma Thiago Francis, o atual regente da OFB.

Na estreia do projeto, a noite terá dois momentos de apresentação. No primeiro, dançarinos do Viva Arte Viva se apresentarão em solos, duos, trios e em grupo, acompanhados do som da Orquestra Filarmônica de Brasília. Já no segundo, o mais aguardado da noite, a orquestra inova e, em formato de conjunto de cordas, recebe a dançarina de flamenco e professora de castanhola de Porto Alegre Ana Medeiros, conhecida também pela alcunha La Negra, para uma apresentação que mistura música clássica e o som da castanhola.

;Vamos apresentar trechos da ópera Carmen, de (Georges) Bizet, com Ana Medeiros como solista, que é bailarina e coreógrafa e vai se apresentar tocando castanhola. É um concerto muito bonito em que a gente coloca uma solista fora do comum. Normalmente, se espera um cantor ou um instrumentista como solista. Dessa vez, vai ser uma castanhola e a dança. É um concerto muito mágico;, garante o regente.

Desafios


Ana Medeiros, bailarina especializada em dança flamenco, será a solista da segunda parte do showThiago Francis explica que foi preciso fazer uma adaptação da ópera para esse formato e, para isso, ele contou com a ajuda de um arranjador de fora do Brasil. ;Carmen é uma ópera completa para uma orquestra completa, com coro, solistas... Tive que contratar um arranjador de fora do Brasil para fazer um arranjo adaptado só para orquestra de cordas. Reduzimos tudo para cordas, mas sem perder a essência. Então o grande desafio foi fazer essa adaptação, até porque a solista não será uma cantora, vai ser a própria castanhola junto com a performance da Ana, com o som e a coreografia;, explica o músico.

;Carmen é uma ópera que fala muito da minha vida. A minha mãe era dona de casa e ficava fazendo faxina ouvindo óperas. Carmen era uma delas. Ela faz parte do meu imaginário infantil, juvenil e até a vida adulta. É um repertório que os flamencos estão acostumados;, garante Ana Medeiros. Ela se apresentará com uma bata de cola (saia tradicional do flamenco) além do manton (xalé), do abanico (leque) e da castanhola. ;Um pout-pourri de elementos flamencos agregando a linguagem da ópera;, completa.

Além da ópera Carmen, a Orquestra Filarmônica apresentará ainda o quinteto Fandango, de Luiz Boccherini, que teve forte influência para a música espanhola. ;O Fandango vai ser realmente um concerto solista de castanhola. A percussão do instrumento será o grande destaque;, afirma Ana Medeiros. A gaúcha enfatiza que esse tipo de apresentação faz parte de seu currículo. ;Eu já tinha feito Carmen acompanhada de uma camerata de oito violões clássicos, já tive também algumas experiências com orquestras de câmera. Mas com maestro e com músicos dessa grandeza, é a primeira vez;, revela.

Arte


O projeto OFB Show tem como principal mote reunir diferentes âmbitos artísticos e levar isso de forma acessível ao público de Brasília. ;Esse concerto é também uma forma de conscientização. Não temos um teatro ainda funcionando em Brasília no centro da cidade como o Teatro Dulcina. Ele é o único centro cultural naquela região;, define Thiago Francis.

O regente da orquestra ainda destaca que essa é uma forma de valorizar o espaço do teatro. ;Aquela é uma região um pouco esquecida no centro da cidade. A sala tem seus problemas de estrutura e pode a qualquer momento fechar. Mas está funcionando e tem vida. Queremos que a sociedade se atente. Repito, é um concerto de conscientização. É um concerto com ;c;, mas para consertar com ;s;;, completa.

O presidente da Orquestra Filarmônica de Brasília, Doner Cavalcante, explica que o projeto pretende ter uma agenda mensal, com apresentações na última quarta ou quinta de cada mês. ;Ele está começando pequeno, mas vamos crescer com ele. Queremos trazer alguns amigos da música popular e da erudita para participar na temporada. Vai ter muitas novidades. Inclusive, vamos fazer uma enquete para as pessoas votarem nos artistas parceiros para definirmos os shows mensais;, adianta.

OFB Show
Teatro Dulcina (Conic). Quarta (26/9), às 20h. Com apresentação do corpo de dança do balé Viva Arte Viva e da dançarina Ana Medeiros, acompanhados da Orquestra Filarmônica de Brasília. Entrada a R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira). Amigos da OFB, gestantes e idosos também pagam meia-entrada. Classificação indicativa livre.

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