Devana Babu*
postado em 26/10/2019 06:00
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Nova Orquestra é, literalmente, uma orquestra nova. Formada por jovens, mas experientes, instrumentistas de música clássica ; a média de idade é de 25 anos ;, a orquestra estreou em junho deste ano, executando músicas de trilhas sonoras de videogames durante a convenção Game XP. Em 3 de outubro, tocaram no palco Sunset do Rock in Rio, com os astros do rap Rael, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues e Agir, no concerto Hip Hop Hurricane.
Nova Orquestra é, literalmente, uma orquestra nova. Formada por jovens, mas experientes, instrumentistas de música clássica ; a média de idade é de 25 anos ;, a orquestra estreou em junho deste ano, executando músicas de trilhas sonoras de videogames durante a convenção Game XP. Em 3 de outubro, tocaram no palco Sunset do Rock in Rio, com os astros do rap Rael, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues e Agir, no concerto Hip Hop Hurricane.
Neste sábado à noite, cerca de 30 músicos, sob a batuta do maestro Eder Paolozzi, sobem ao palco do Centro de Convenções Ulysses Guimarães para apresentar um repertório que, comparado ao repertório habitual das orquestras, também é relativamente novo: sucessos da banda de rock inglês Led Zeppelin, formada em 1968, cujos dois primeiros discos, Led Zeppelin e Led Zeppelin II, ambos de 1969, completam apenas 50 anos em 2019.
[SAIBAMAIS];O Led Zeppelin, pra mim, é um grande clássico. São músicas que não têm idade, são eternas;, elogia o maestro Eder Paolozzi. Em celebração ao cinquentenário dos dois álbuns, a orquestra apresenta arranjos instrumentais e sinfônicos para 15 músicas marcantes de toda a discografia da banda ; de Whole lotta love a Since I;ve been loving you, passando por Black dog, Dazed and confused, D;yer Mak;er e, claro, Stairway to heaven.
Sem vocal e interpretados por uma formação tradicional de orquestra (naipes de cordas, madeiras, metais e percussão), os arranjos transitam entre a pegada do rock e da música erudita. ;Tem momento que a orquestra fica mais pesada, mesmo;, conta o regente. Para reforçar esse peso, a orquestra conta ainda com um típico power trio de rock;n;roll ; baixo, guitarra e, principalmente, bateria: ;Rock;n;roll tem que ter pressão;, destaca Paolozzi.
Em Brasília, além do guitarrista Lula Washington, do baixista Gledson Câmara e do baterista Jonas Caffaro, o grupo contará com o guitarrista Edu Ardanuy, das bandas Dr Sin e Tritone, em participação especial. ;A orquestra é um grande instrumento;, descreve o maestro. ;Como adaptar este instrumento, depende muito do arranjador e dos arranjos, para ser interessante a quem toca e a quem ouve. A orquestra é plenamente adaptável, como sonoridade, a qualquer estilo;.
Nesse aspecto, Paolozzi ressalta que os músicos da Nova orquestra foram reunidos, além de suas habilidades, pela vontade de inovar. ;É um grupo de pessoas que se uniram pra ter a liberdade de criar sonoridades, no formato de orquestra. Aproximar a orquestra de todos os públicos, sem restrições. Temos essa liberdade de criar. A gente foi convidando músicos que se adequavam a essa proposta, que tinham essa mesma mentalidade, de não só tocar, mas se divertir tocando;, explica.
A Orquestra tem agenda até 2021, e muitos projetos por vir, sempre explorando novos estilos e visando à popularização da música sinfônica. Em 12 de dezembro, por exemplo, tocarão As quatro estações, de Vivaldi, com a participação de um guitarrista. No carnaval, se apresentarão com o bloco Sargento Pimenta. ;A gente identificou uma oportunidade de explorar um novo mercado e criar um público diferente. Queremos desmistificar os concertos clássicos;, afirma.
Isso só é possível graças ao entrosamento e à versatilidade dos músicos. ;A maioria gosta de todos os tipos de música. Todo mundo é muito fã e ouve muito hip-hop, assim como rock;, conta. Evidência disso foi a apresentação no Rock In Rio, na qual puseram seus instrumentos a serviço do hip-hop, sem descaracterizá- lo. ;O Rock In Rio é um dos maiores festivais do mundo. Todo mundo ficou extasiado. É essa a experiência. Todo mundo saiu mudado;, descreve o maestro.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira
Led Zeppelin in Concert
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Sábado (26/10), às 21h30 (abertura dos portões às 20h30). Apresentação do grupo carioca Nova Orquestra com versões instrumentais e sinfônicas de clássicos do Led Zeppelin. Ingressos a partir de R$ 74 (inteira) e R$ 37 (meia-entrada), à venda pelo site www.eventim.com.br. Assinantes do Correio têm 60% de desconto sobre o valor da inteira para os 300 primeiros assinantes. Classificação indicativa livre.
MÚSICAS
Todo concerto que se preze precisa de um libreto, então o Diversão & Arte preparou com curiosidades sobre cada uma das músicas do programa do Led Zeppelin in concert. Confira:
1 Whole lotta love
; Álbum: (1969)
Composição: Jimmy Pag/Led Zeppelin IIe/Robert Plant/John Bonham/John Paul Jones. A faixa que abre o concerto desta noite também abre o segundo álbum da banda, que completa 50 anos, e tornou-se o primeiro sucesso do grupo. Foi gravada em vários estúdios diferentes, enquanto o Zeppelin voava em turnê pelos EUA.
2 Stairway to heaven
; Álbum: Led Zeppelin IV (1971)
Composição: Jimmi Page/Robert Plant. Com cerca de oito minutos de duração, a música mais conhecida do quarteto inglês é a mais pedida nas rádios FM dos EUA, com seu conhecido dedilhado que descamba em um hard rock furioso.
3 Black dog
; Álbum: Led Zeppelin IV (1971)
Composição: Jimmy Page/Robert Plant/John Paul Jones. Com riff marcante e vibrante, calcado no baixo de John Paul Jones, a música foi batizada assim em homenagem a um cão preto que entrava e saía do estúdio onde o álbum foi gravado.
4 Rock and roll
; Álbum: Led Zeppelin IV (1971)
Composição:Jimmy Page/Robert Plant/John Bonham/John Paul Jones. Esta ode ao estilo, com letra repleta de referências, surgiu numa jam, quando, empacados na gravação da música Four Sticks, John Bonham puxou na bateria a introdução de Keep a knockin, de Little Richards, e Jimmy Page tascou aquele típico riff de rock. A gravação original conta com Ian Stewart, dos Rolling Stones, ao piano. Nada mais rock and roll.
5 Kashmir
; Álbum: Physical Graffiti (1975)
Composição: Jimmy Page/Robert Plant/John Bonham. Composta no Deserto do Saara, esta é considerada pelos membros da banda a canção definitiva do grupo. Além de sintetizar os elementos das outras músicas, ainda poupava Plant de ter que explicar a letra, e do rótulo de ;heavy metal;, coisas que eles odiavam.
6 Good times bad times
; Álbum: Led Zeppelin (1969)
Composição: Jimmy Page/Robert Plant/John Bonham/John Paul Jones. Esta é a primeira faixa do primeiro lado do primeiro disco do Led Zeppelin.
7 Babe I;m gonna leave you
; Álbum: Led Zeppelin (1969)
Composição: Anne Bredon. Esta baladinha folk, folclórica e fofa foi composta por Anne Bredon, nos anos de 1950. Em 1962, foi gravada por Joan Baez, no álbum Joan Baez in Concert. Em 1969, foi incluída no primeiro álbum do Led e, em 2019, faz parte do repertório do Led Zeppelin in Concert. O mundo dá voltas.
8 Dazed and confused
; Álbum: Led Zeppelin (1969)
Composição: Jake Holmes/Jimmy Page (direitos autorais em separado). A música ;atordoado e confuso; (Dazed and Confused), é mais uma das músicas do Led Zeppelin envolvendo confusões autorais. Gravada em 1967, por Jake Holmes, foi adaptada e readaptada por Jimmy Page, mas não teve jeito: após várias tentativas de diálogo, Jake processou Jimmy em 2010.
9 Communication breakdown
; Álbum: Led Zeppelin (1969)
Composição: Jimmi Page/John Bonham/John Paul Jones. Uma das canções mais queridas do repertório da banda, foi a única executada em todas as turnês da banda, ora abrindo os shows, ora sendo o bis.
10 D;yer mak;er
; Álbum: Houses of the holy (1973)
Composição: Jimmy Page/John Bonham/John Paul Jones/Robert Plant. Mais uma música puxada por John Bonham numa jam. Este reggaezinho maneiro traz no nome um trocadilho, pois a pronúncia em inglês britânico, soa como ;jah-may-kah;, a terra de Bob Marley.
11 The song remains the same
; Álbum: Houses of the holy (1973)
Composição: Jimmy Page/Robert Plant. A canção que dá nome ao icônico filme da banda é uma world music que surgiu como uma passagem instrumental, mas ficou tão boa que Robert Plant fez questão de colocar uma letra. E a Nova Orquestra ;fez questão de tirar; (a vida dá voltas, parte 2).
12 No quarter
; Álbum: Houses of the holy (1973)
Composição: John Paul Jones/Jimmy Page/Robert Plant. ;No quarter; é uma gíria pirata que quer dizer ;sem dó;. A música também dá nome à primeira reunião de Jimmy Page e Robert Plant após 14 de afastamento, no acústico No Quarter: Jimmy Page and Robert Plant Unledded.
13 Houses of the holy
; Álbum: Physical Graffiti (1975)
Composição:John Paul Jones/Jimmy Page/Robert Plant. Nesta música, Jimmy Page usa um característico delay (atraso) na guitarra. A música também chegou meio atrasada: Ela não saiu no álbum homônimo, de 1973, mas só no álbum posterior.
14 Immigrant song
; Álbum: Led Zeppelin III (1970)
Composição: Jimmy Page/Robert Plant. Composta na Islândia, no primeiro show de uma turnê, a música foi tocada pela primeira vez seis dias depois, e alude ao explorador islandês Leif Ericson, abordando as conquistas dos vikings.
15 Since I;ve been loving you
; Álbum: Led Zeppelin III
Composição:Jimmy Page/John Bonham/John Paul Jones/Robert Plant. Este blues pesadíssimo sobre traição foi gravado ao vivo no estúdio, sem overdubs. O virtuoso Jimmy Page penou bastante para conseguir acertar o dificílimo solo, considerado um dos melhores.