Diversão e Arte

Banda brasiliense Os gatunos lança manifesto sonoro

O grupo surgiu em 2012 com o intuito de surrupiar clássicos da música e tocar com as características da banda

Correio Braziliense
postado em 27/02/2020 06:35
Banda brasiliense Os Gatunos de de surf music instrumental criada em 2012

Os Gatunos foram à praia em 2016, e, ontem, sob as cinzas do carnaval, tornaram público um manifesto sonoro assumindo a autoria do roubo de vários ritmos mundiais. Vamos por partes: Os Gatunos é uma banda brasiliense de surf music instrumental surgida em 2012, com o intuito de surrupiar clássicos da música e tocar com as características da banda, em locais públicos onde arrecadavam uns trocados.

Com o dinheiro dos “furtos”, lançaram em 2016 o primeiro disco, Os Gatunos vão à praia, com nove temas autorais, mesclando a instrumentação surf com ritmos como country, psychobilly, lambada, merengue e hard core. Swing Manifesto, segundo álbum cheio de banda, chega à praça repetindo a fórmula bem-sucedida com mais nove temas próprios, incorporando o rockabilly, ska, bolero, ijexá e mais hardcore, e uma versão de Poison Ivy (The Coasters).

De certa maneira, o segundo álbum é uma continuação natural do primeiro. Alguns temas são da mesma lava do debut, outros foram compostos mais perto da gravação do sucessor dele, mas todas seguem mais ou menos o mesmo estilo de composição: pesquisa sonora de todos os membros, trocando ideias, riffs, beats, grooves e referências pelo WhatsApp e lapidando de forma natural e intuitiva no estúdio.

“Neste segundo disco, enfatizamos a característica que a banda tem de navegar por diferentes gêneros musicais. A palavra ‘swing’ também brinca com isso: uma troca de casais sadia entre gêneros musicais. É o manifesto de uma banda instrumental!”, descreve Felipe Rodriguez, baixista da banda, em alusão à cultura da troca de casais e ao ritmo musical. “Swing manifesto, lançado numa quarta-feira de cinzas, é a revolta do folião vendo o carnaval acabar”, brinca o baixista.

Ondas sonoras


Os títulos das músicas refletem bem o caráter de “viagem sonora” do disco, e sugerem boas histórias. Tema Para Cigano Igor é baseada em uma escala gipsy (música cigana). Wasabi fever é ardida como a típica pimenta japonesa. Khalifa remete à sonoridade da música árabe. Motel Paysandu mescla guitarrada paraense e ijexá, com o reforço de Isadora Pina e Bruno Portella (Ska Niemeyer) nos metais.

Los Torrones reaproveita um tema tórrido de uma antiga banda, homônima, do guitarrista Fabrício Paçoca. Overdose de twist e Bolero em Sol menor trazem a referência sonora e o tom da música no próprio nome. Esta última foi composta por Paçoca em parceria com o baiano Morotó Slim (ex-Retrofoguetes), via WhatsApp. Tripa Seca é uma homenagem ao clássico personagem de Ramón Valdez (o Seu Madruga, da Turma do Chaves), que também é um gatuno.

Araguari boogie, além da referência rítmica, traz no título o nome da cidade mineira onde a banda viveu uma história meio pitoresca. Poison Ivy é uma versão daquele tema da Erva Venenosa, composta nos fim dos anos 1950 por Jerry Leiber and Mike Stoller. E Onde está Wally? se refere ao famoso livro de ilustrações onde o personagem Wally está perdido no meio de tantos outros, e foi o mote da capa do disco, ilustrada por Daniel Juca.

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco

O grupo surgiu em 2012 com o intuito de surrupiar clássicos da música e tocar com as características da banda

Swing Manifesto
Novo disco d’Os Gatunos, lançado  em formato digital, nas plataformas de streaming, e em CD e fita cassete, pelo selo Tudo Muda Music.
tudomudamusic@gmail.com 
 
 
 
 
 
 

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