Gabriela Vinhal - Enviada especial
postado em 05/04/2019 11:22
Campos do Jordão (SP) - Empresários de todo o Brasil se reúnem, nesta sexta-feira (5/4), em desagravo ao lado do ministro Paulo Guedes pelo apoio da reforma da Previdência, em Campos de Jordão. A reação ocorre após o bate-boca protagonizado pelo economista com parlamentares da oposição, em audiência pública realizada na última quarta-feira (3/4), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
"O encontro serve para desfraudar a bandeira brasileira entorno da reforma da Previdência. Alguns partidos de esquerda, vigaristas, que temem em pedir ;Lula livre;, quando preferimos o Brasil livre. Livre de Lula, livre das esquerdas, para garantir empregos e reduzir a miséria de todo o país", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no Fórum Empresarial Lide.
O desfecho da sessão da CCJ, que durou mais de seis horas, foi marcado pela declaração do parlamentar Zeca Dirceu (PT-PR), que chamou o economista de "tigrão", quando se tratava dos aposentados, e "tchutchuca", quando lidava com "privilegiados". Para Doria, os aliados da reforma não cederão a estes episódios de "gritos e xingamentos". "Estou otimista. Ela [a reforma] será aprovada. Vencerão os brasileiros de bem", declarou.
Previdência
Além de Doria, estão no fórum o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), os ministros Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
A mobilização pela viabilidade da reforma da Previdência começou ainda na noite de quinta-feira (4/4), quando as autoridades se reuniram em um jantar, fechado para a imprensa, na Vila Doria. Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, o tom do evento foi de apoio a Guedes e preocupação pela tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 no Congresso.
Empresários têm a expectativa de que o processo seja concluído ainda no primeiro semestre, mas ressaltam a importância do governo de Jair Bolsonaro intensificar a articulação na Casa e formar a base aliada o quanto antes. Nesta semana, o chefe do Planalto começou a se reunir com presidentes partidários para abrir o diálogo com as lideranças entorno do projeto que visa as mudanças na aposentadoria do país. "Ficar parada [a tramitação da reforma] é que não pode. O país ficou parado nestes três meses", destacou um empresário.