[FOTO1]A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que o Brasil não vai passar por uma escassez de carne, em decorrência do aumento das exportações para a China. De acordo com a instituição, o aumento dos preços "é um ponto fora da curva" e a tendência é que o valor da carne reduza nos proximos meses.
A China passou a comprar mais do Brasil por causa da peste suína africana. Em decorrência da demanda maior no exterior, a oferta de carne reduziu no Brasil, fazendo os preços dispararem. Além disso, de acordo com a CNA, o consumo das famílias pelo alimento no final do ano aumenta. Com os brasileiros consumindo mais carne, o preço aumenta. Em Brasília, o valor do quilo de carne chega a custar até 25% a mais do que nos meses anteriores, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista).
O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, afirmou que com um tempo o produtor de carne vai reagir, assim como ter a seu dispor novas ofertas de crédito, o que deve elevar a criação de gado e fazer com que os preços caiam. "A oferta e demanda vão se equilibrar, o que houve nesses tempos foram fatores extremos e que culminou nesse resultado;, afirmou Bruno.
No entanto, o presidente da entidade, João Martins, afirmou que mesmo com a retração dos custos, os valores não voltarão a preços praticados no terceiro trimestre deste ano. "Ninguém espere que vamos voltar ao preço de 60, 90 dias atrás. Temos aumento do custo de produção. Nós vamos ajustar o preço do mercado. Se o consumidor deixar de comprar, deve-se ajustar o preço até que o consumo retorne", afirmou.
Crescimento
Em 2020, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) deve crescer 9,8% em relação a 2019. Com isso, o comércio na área deve atingir R$ 669,7 bilhões.
A pecuária deve crescer 14,1%, atingindo R$ 265, 8 bilhões no setor. O presidente da CNA ressaltou que para garantir a evolução do setor, é necessário que a imagem do Brasil no exterior seja melhorada. "Temos que provar que não somos desmatadores de florestas, que não abusamos no uso de defensivos. Temos que levar os embaixadores para a produção. Temos que usar a verdade para combater acusações contra o Brasil", disse Martins.