Economia

Bolsonaro admite preocupação com preços da carne e dos combustíveis

Presidente frisou, no entanto, que não adotará medidas de congelamento ou tabelamento de preços

Rodolfo Costa
postado em 10/12/2019 12:19

[FOTO1]O presidente Jair Bolsonaro admitiu a preocupação com a alta do preço das carnes e dos combustíveis, mas frisa que não adotará medidas de congelamento ou tabelamento de preços. ;Estamos em política de mercado;, avisou. Ele lembrou que, no ano passado, o país conviveu com alta de outros produtos também e considera normal a potencialização de notícias em cima da inflação sobre esses produtos. ;É natural;, ponderou.

Uma das causas para a alta da carne é causada por conta do aumento da exportação para mercados estrangeiros, sobretudo a China, que convive com uma epidemia da peste suína africana. A recente viagem à Ásia possibilitou ao governo brasileiro a abertura de mais plantas industriais produtoras de proteína animal para atender o mercado chinês. ;Nós devemos abrir, estamos abrindo mercado com o mundo. O mundo vem comprar aqui, sobe (o preço);, sustentou.

O presidente lembrou da live feita segunda-feira (9/12) em que o Ministério da Agricultura explica que o Brasil ainda produz, em média, um boi por hectare em locais onde não há produção com métodos mais avançados de elevação da produtividade. ;De outra forma, com irrigação entre manejo, entre outros métodos, você consegue criar até quatro bois por hectare. Isso que foi mostrado ontem, que ela manda para o campo das associações estimulando o pessoal a criar gado nessas circunstâncias;, destacou.

Provocação

O equilíbrio do preço da carne tende a demorar, mas a tendência da própria alta do custo do alimento tende a impulsionar mais a produção de gado em confinamento. O movimento, por consequência, pode ajustar a oferta e a demanda. ;Agora, o Brasil está progredindo bem nessa questão. São 7 bilhões de habitantes, a gente cresce mais ou menos 60 milhões de habitantes por ano, hoje em dia tem que ter 7,5 milhões de toneladas de comida no mundo mais ou menos para o pessoal comer. De onde vem essa comida?;, indagou.

Ao questionar e abrir uma pausa depois da declaração, Bolsonaro provocou a ex-presidente Dilma Rousseff. ;(Vou) falar besteira aqui, mas uma mulher um tempo atrás disse que podia ensacar vento. Na linha dela, a gente não pode plantar na lua;, ironizou. O presidente comentou que, no bioma amazônico, menos de 3% é usado para cultivo de milho, soja e para pecuária. ;E ninguém está pensando em devastar a Amazônia para criar boi não, fiquem tranquilos. Mas a pressão sobre a Amazônia, por que acontece? Tentando nos prejudicar, para que comércios de outros países, commodities de outros países sejam vendidos no mundo, e não o nosso. É a guerra da informação;, acusou.

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