Correio Braziliense
postado em 19/02/2020 12:40
O valor que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) oferece como subsídio para o financiamento da casa própria será reduzido gradualmente nos próximos anos. O desconto, que será de R$ 9 bilhões em 2020, vai perder R$ 500 milhões por ano até 2023, passando para R$ 8,5 bilhões em 2021, R$ 8 bilhões em 2022 e R$ 7,5 bilhões em 2023.A redução dos descontos oferecidos pelo FGTS ao financiamento da habitação popular foi aprovada na primeira reunião do ano do Conselho Curador do FGTS, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (19/2) no Ministério da Economia, em Brasília.
Na ocasião, o governo defendeu que a medida ajudará a manter o equilíbrio econômico-financeiro do FGTS. O setor da construção civil, por sua vez, fez uma ressalva dizendo que é preciso continuar incentivando o financiamento da habitação popular, já que, além de oferecer o acesso da população de baixa renda à casa própria, o subsídio do FGTS contribui com a geração de empregos na construção civil.
Juros ao consumidor
Questionado sobre o assunto, o novo presidente do Conselho Curador do FGTS, Júlio César Costa Pinto, afirmou que a redução dos subsídios será suave e abre a possibilidade de o governo discutir a diminuição da taxa de juros que é cobrada ao consumidor.
Segundo ele, as taxas que são cobradas à população de baixa renda nos financiamentos habitacionais que têm o subsídio do FGTS giram em torno de 5% ao ano hoje, mas podem ser reduzidas por conta da recente queda da taxa básica de juros (Selic), que está na mínima histórica de 4,25%.
Reduzir os juros seria, então, uma espécie de compensação, para que nem a população nem o setor da construção civil sejam prejudicados pela redução dos subsídios do FGTS à habitação popular. Costa Pinto admitiu, contudo, que esse corte dos juros ainda está sendo discutida com a Caixa Econômica Federal, que opera essas linhas de crédito. Por isso, não se sabe quando as novas taxas devem entrar em vigor.
Orçamento
Neste ano de 2020, o FGTS vai oferecer R$ 65,5 bilhões para o financiamento da casa própria. O valor, que era previsto em R$ 65 bilhões em dezembro do ano passado, foi revisto também na reunião do Conselho Curador do FGTS, por conta da diferença de rentabilidade do fundo.
Desse montante, R$ 9 bilhões correspondem aos descontos oferecidos às pessoas físicas e o restante, ao orçamento de programas como o Pró-Cotista e a Carta de Crédito Individual. Além disso, está prevista a destinação de R$ 5 bilhões para a infraestrutura urbana, R$ 4 bilhões para o saneamento básico e R$ 3,4 bilhões para a saúde. Por isso, o orçamento total do FGTS para este ano de 2020 chega a R$ 77,9 bilhões.
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