Enem

''Foi o melhor Enem de todos os tempos'', diz Weintraub no Senado

O ministro foi convidado pelos senadores para explicar o que aconteceu na correção das provas do exame

Correio Braziliense
postado em 11/02/2020 12:56
Abraham WeintraubO ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a elogiar a execução do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, mesmo após os erros nas correções das provas e problemas para inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). "Eu não prometi que seria, mas foi o melhor Enem de todos os tempos", disse em audiência na Comiss%u0101o de Educação do Senado Federal, nesta terça-feira (11/2).

O ministro foi convidado pelos senadores para  explicar o que aconteceu na correção das provas do Enem. "Não estou falando que não teve erro nenhum, mas me traga outro que foi melhor", completou Weintraub, que, mais cedo, havia dito que iria ao Senado para desmentir a "chuva de fake news" sobre sua gestão.

Ao explicar como o MEC enfrentou o problema de notas erradas, identificado após reclamações de estudantes pelas redes sociais, Weintraub disse que a pasta detectou militantes entre as pessoas que se diziam prejudicadas no exame.

"Nesse monte de reclamações que veio da internet, nós detectamos três grupos: militantes que se passavam por alunos e entravam colocando o terror nas redes; pessoas que não estavam entendendo o processo, a dinâmica; e o último grupo, que é o de um aluno que foi mal e chega em casa e diz que a culpa é do MEC, e os pais acionam o ministério”, explicou.

Em sua apresentação inicial, Weintraub ainda disse que, apesar dos erros, surgiram muitas notícias falsas sobre o tema e que o Enem de 2019 não prejudicou ninguém. "Esse Enem foi o que teve o menor índice de problemas e de menor impacto", reforçou.

Weintraub ainda apresentou uma linha do tempo, na qual os exames dos anos anteriores e os problemas encontrados em cada um foram citados. "Sempre existiu algum problema em provas passadas. Desta vez, foi o Enem que não houve problema na estrutura ou que tenha prejudicado o resultado de ninguém, ao contrário do que aconteceu no passado. Não houve fraude, não houve furto de prova, não houve vazamento de questão, não houve esquema com gráfica”, completou. 

O ministro aproveitou ainda para divulgar algumas das ações e campanhas feitas pela pasta no último ano. "É difícil furar o bloqueio da má vontade dessas duas famílias que controlam 70% da mídia", justificou, antes de passar à apresentação.

A participação de Weintraub irritou senadores da oposição. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o ministro não foi dar esclarecimentos, mas "agredir parlamentares". "O ministro só trouxe aqui uma coisa: mais razões para o pedido de impeachment que tramita no Supremo Tribunal Federal", afirmou Randolfe no fim da audiência. 


Nona vez no Congresso

Esta é a nona vez que o ministro foi ao Congresso Nacional. A conturbada relação do ministro com as universidades federais é um dos principais temas debatidos. "Eu vim a essa Casa nove vezes, mais aberto ao diálogo não tem", declarou.

Em outras ocasiões, ele também debateu o contingenciamento da verba das universidades e instituições federais de ensino superior e a declaração que existiria plantações de maconha nas universidades federais.

No momento em que participava da audiência, Weintraub foi um dos assuntos mais debatidos no Twitter. Duas hashtags com o nome do ministro (#ForaWeintraub e #JuntosComWeintraub) estavam entre os 10 assuntos do momento na rede social.

O final da audiência foi marcado por protestos de estudantes e entidades que os representam. O ministro não falou com a imprensa ao deixar o Senado.

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