Maria Eduarda Cardim
postado em 02/05/2019 11:09
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou, nesta quinta-feira (2/5), as diretrizes e a realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) no ano de 2019, que será realizado entre outubro e novembro de 2019. A principal novidade é a avaliação da alfabetização de alunos do 2; ano do ensino fundamental, que será feita por amostragem, tanto na rede pública quanto na privada.
Em março, o Ministério da Educação (MEC) chegou a anunciar que não avaliaria a qualidade da alfabetização neste ano, adiando as provas para 2021. Segundo a pasta, o objetivo era esperar que as escolas se adequassem à nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O MEC, no entanto, voltou atrás e revogou a portaria que anunciava a decisão.
Questionado sobre o motivo de os testes do 2; ano serem aplicados apenas para uma amostra de estudantes, o ministro afirmou que, se pudesse, faria para todos. "Se eu pudesse decidir e tivesse plenos poderes, eu faria universal. Mas como é nossa primeira avaliação, vamos fazer um teste piloto", afirmou.
Weintraub procurou destacar a importância de incluir a alfabetização no Saeb, mesmo que sem uma avaliação universal dos alunos. "É importante porque temos que pegar aquela criança que está ficando para trás e evitar que ela saia da escola ou comece um ciclo de reprovação", ressaltou.
Weintraub procurou destacar a importância de incluir a alfabetização no Saeb, mesmo que sem uma avaliação universal dos alunos. "É importante porque temos que pegar aquela criança que está ficando para trás e evitar que ela saia da escola ou comece um ciclo de reprovação", ressaltou.
Outra novidade divulgada é a aplicação de testes de ciências na natureza e ciências humanas, que será realizada pela primeira vez, também para uma amostra de estudantes do 9; ano. Os testes de língua portuguesa e matemática foram mantidos no modelo vigente para o 5; e 9; ano do fundamental e para a 3; e 4; séries do médio. Nesses casos, os testes serão aplicados de maneira censitária na rede pública e amostral no ensino privado.
7 milhões de estudantes
Os exames serão feitos por cerca de 7 milhões de estudantes e custarão R$ 500 milhões ao MEC. Durante a coletiva de imprensa, o ministro chegou a informar que o custo seria de R$ 500 mil, mas o valor foi corrigido posteriormente pela assessoria da pasta. Os resultados das provas aplicadas este ano devem ser divulgados até dezembro de 2020.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Coelho Vicenzi, ressaltou a importância da realização do exame. "É a maior avaliação que a gente tem no país. Sem a avaliação, não conseguimos monitorar se as políticas estão sendo eficientes e corrigir rumos", destacou.
Corte nas universidades
Weintraub voltou a ser questionado sobre o corte de verbas nas universidades federais divulgado no início desta semana, mas se esquivou da polêmica e não falou sobre o assunto. "Hoje, viemos falar do Saeb. Não precisa ficar muito preocupado porque eu acho que vou ter bastante assunto para vocês ao longo dos próximos anos. Não vai faltar assunto", respondeu o ministro.
No início desta semana, Weintraub provocou polêmica ao afirmar ao jornal O Estado de S. Paulo que reduziria os recursos destinados a universidades com resultados acadêmicos ;aquém do esperado; ou nas quais ocorra ;balbúrdia; ; critérios nos quais ele enquadrou a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
No entanto, após a declaração do ministro, uma nova ordem do MEC estendeu o corte de 30% no orçamento a todas as universidades federais no segundo semestre deste ano.